Às vésperas do clássico contra o Santos, domingo, às 16h (de Brasília), em Itaquera, pela 10ª rodada do Paulistão, partida que o volante provavelmente começará no banco, ele recebeu a reportagem do GloboEsporte.com em seu apartamento na Zona Leste de São Paulo e demonstrou compartilhar do mesmo pensamento do torcedor.
O jogo entre Corinthians e Santos terá transmissão ao vivo na TV Globo para o estado de SP (com Cleber Machado, Caio Ribeiro e Casagrande) e do Premiere para todo o Brasil (com Gustavo Villani, Mauricio Noriega e Ricardinho). O GloboEsporte.com acompanha em tempo real, com vídeos.
Após 14 jogos, sendo 13 oficiais, o Corinthians conseguiu alcançar seus principais objetivos, superando o Racing na primeira fase da Sul-Americana, passando por Ferroviário-CE e Avenida-RS nas fases iniciais da Copa do Brasil, derrotando rivais (Palmeiras e São Paulo, no Paulistão) e encaminhando a classificação no estadual – lidera o Grupo C com 14 pontos.
Mesmo assim, o futebol ainda não é encantador na visão de Ramiro.
– Acho que a gente, num conjunto, ainda não fez um jogo bom, um jogo excelente – disse o jogador, que culpou a maratona de jogos neste início de ano para a falta de um desempenho convincente.
A própria autoavaliação de Ramiro é realista. Em dez partidas pelo Corinthians, atuou em diversos setores do campo, mas ainda não conseguiu encontrar o seu posicionamento ideal para brilhar.
– Não fiz nenhum jogo nota 10 e nenhum jogo nota 4, talvez – afirmou ele, que vê como seus diferenciais dentro de campo o vigor físico e a intensidade durante os jogos.
Na entrevista abaixo, o jogador de 25 anos tentou explicar o contexto de tudo isso:
GloboEsporte.com: Como tem sido esse início de Corinthians para você? Muitas mudanças?
Ramiro: Para mim está sendo tudo diferente. Eu vinha de um grupo que já tinha uma forma estabelecida de jogar há bastante tempo, o entrosamento era sem olhar, e agora estamos num processo que peguei do zero, conhecendo companheiros, vendo como jogam, com um estilo de jogo diferente.
Quais as principais diferenças no estilo de Grêmio e Corinthians?
– Lá a gente tinha como característica ficar com a bola, cruzar pouca bola na área, não tínhamos muitas vezes uma referência na área, aqui mudou o estilo de jogo, é uma parte mais defensiva, mais posicionado. E no ataque a gente já procura alimentar mais o centroavante, temos o jogador de área que precisa ser alimentado. São estilos de jogo diferentes, e com o passar do tempo tenho que me adaptar, fazer o meu melhor para entrar no contexto.
Você já atuou em duas ou três funções no meio-campo, por dentro e pelo lado direito. Carille até brincou que você o atrapalhou ao não dizer onde tem preferência de jogar…
– Na verdade é difícil eu responder isso (onde prefiro), porque como ele mesmo já falou, ele mesmo não definiu uma forma da equipe jogar, a parte tática, um esquema de jogo, ainda não está 100% definido. Já fiz primeiro volante, segundo volante, já atuei pelo lado e para mim é indiferente. Vim para ajudar, fortalecer o grupo. Jogando recuado, avançado ou pelo lado, vou dar o meu melhor.
Destes dez jogos que você fez, qual gostou mais? Teve alguma atuação que você possa dizer: “Joguei exatamente como quero e ajudei exatamente como espero ajudar o Corinthians”?
– Olha, na minha opinião, não fiz nenhum jogo nota 10 e nenhum jogo nota 4, talvez. Costumo ser um jogador regular, o treinador sabe o que esperar de mim numa partida, a forma que vou ajudar. Joguei alguns jogos mais recuado, alguns mais avançado, mas dentro das minhas características procurei ajudar. Acho que a gente num conjunto ainda não fez um jogo bom, um jogo excelente.
Quais os motivos para isso?
– A gente não teve treinamento ainda, fizemos 13 partidas em 40 dias, não tivemos tempo, você só joga e recupera, não tem como o técnico trabalhar a equipe. Além dele ter que alternar a equipe para dar oportunidade a todos. Nós temos muito a evoluir, sim, talvez com essa primeira semana de treino que tivemos a gente possa evoluir tanto individualmente como coletivamente.
Apesar disso, o time conseguiu alcançar seus principais objetivos até aqui. Acha que esse time cresce em momentos de decisão?
– Tem crescido, é o que tem demonstrado para a gente neste ano. Em jogos contra equipes maiores, é inegável, o nível de concentração é maior, é natural. Em jogo menor, temos de instigar a concentração. É um grande desafio para todos os clubes, ter o mesmo apetite dos clássicos. Agora, contra o Santos, queremos vencer outro clássico. Esse tipo de jogo dá muita moral.
Você tem um estilo de jogo bastante aguerrido. Acha que isso vai conquistar a torcida?
– Dentro de campo, cada jogador soma e agrega com suas qualidades, tenho na parte física e na intensidade de jogo fatores que contam ao meu favor. Tenho que levar para campo e executar, não sou um jogador driblador que vai resolver jogo no um para um, mas ajudo da maneira que posso.
G1
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