Rodrigo Caio está chateado com o São Paulo. Principalmente com o técnico Diego Aguirre, demitido recentemente. Em entrevista ao programa “No Ar com André Henning”, do Esporte Interativo, ele deu declarações fortes sobre seu atual momento no Tricolor. E colocou em xeque sua torcida.
– Eu perdi muito dessa paixão. É normal quando você joga no seu time, mas também por tudo o que aconteceu. Eu vejo pelo meu pai. Se eu sou roxo, ele é o extremo, e ele não é (mais tão são-paulino). Eu vejo no olho dele. Às vezes a gente está falando do São Paulo e ele muda de assunto. Perdi um pouco por tudo o que passei, mas sempre vou amar e torcer pelo São Paulo. Se o culpado sou eu, no dia que eu sair espero que ganhe muitos títulos – falou o zagueiro.
O principal obstáculo para Rodrigo Caio, nesta temporada, segundo ele, foi Diego Aguirre. O técnico uruguaio foi demitido após o empate com o Corinthians e, em boa parte do Brasileirão, não pôde contar com o zagueiro, que teve uma fratura no pé ainda na segunda rodada. Mas quando voltou…
– Ele não dava abertura, é um cara fechado. O cara não vinha falar comigo. Nos três meses que fiquei na fisioterapia, o cara nunca foi lá perguntar como eu estava. Fiquei sem entender. Quando você monta um time para ser campeão, você tem que dar atenção para todos. Essa é a diferença dos treinadores de alto nível, é a gestão. Eu não via isso – alfinetou Rodrigo Caio.
O episódio que mais chateou Rodrigo Caio, usado três vezes por Aguirre como lateral-direito após a lesão, e nunca como zagueiro, foi quando Aguirre optou por utilizar o suspenso Anderson Martins em treino em vez dele. Veja o que ele contou:
– O Arboleda voltou da seleção e, com desgaste, não treinou. Ele colocou o Anderson Martins para treinar o tático e não me colocou. Fiquei louco da vida. Na hora que acabou o treino perguntei para o Raí o que tinha acontecido, disse que ali eu entendia que era algo pessoal, porque uma coisa dessas não se faz. Falei para o Raí e para o Lugano que não iria jogar mais de lateral, porque eu não iria ajudar, iria atrapalhar – disse.
– Se machucassem todos os laterais e precisasse de mim, tudo bem. Mas tinha o Araruna para jogar ali. Contra o Palmeiras eu joguei de lateral-direito, estava bem, mas saí no intervalo. A culpa é de quem por que perdeu? Do Rodrigo, como sempre. Esse era meu pensamento quando eles começaram a me colocar de lateral. Vai dar uma coisa errada e a culpa vai ser minha – completou.
Em sua oitava temporada seguida no time profissional do São Paulo, o jogador, formado no clube, teve a chance de sair no começo deste ano para a Real Sociedad, da Espanha. Mas, por conta do sonho de ir à Copa do Mundo (esteve na lista de suplentes), declinou a proposta. E o futuro?
– Nesse momento não tenho nada concreto. Mudei de empresário recentemente, hoje estou com o Nick Arcuri, e está sendo trabalhado junto com o São Paulo. Acho que tudo tem que caminhar da melhor forma. O São Paulo precisa vender algum jogador, tem algumas possibilidades, e acredito que sou um dos que têm maior possibilidade. Pode não ser pelo valor de um ano atrás (o Real Sociedad ofereceu o valor da multa, 18 milhões de euros), mas pode ser por um valor considerável. Não estou jogando, e o São Paulo tem de ter essa consciência também – explicou.
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