O casal que recebeu em sua família o atirador da Flórida Nikolas Cruz afirmou, em entrevista, que não tinha ideia das tendências violentas do jovem, que foi descrito como extravagante e ingênuo. Na última quarta-feira, o ex-aluno da escola Marjory Stoneman Douglas, de Parkland, ao norte de Miami, abriu fogo nos corredores da instituição com um rifle semiautomático e matou 17 pessoas.
“Eu disse que existiriam regras e ele seguiu todas as regras”, afirmou James Snead, de 48 anos, um veterano do exército e analista de inteligência militar, segundo o jornal.
“Nós tínhamos este monstro vivendo debaixo do nosso teto e não sabíamos”, afirmou Kimberly, uma enfermeira de 49 anos. “Não vimos este lado dele”.
Os Snead descreveram o jovem como alguém que aparentemente cresceu sem a obrigação de realizar tarefas comuns. Não sabia cozinhar, lavar roupa, recolher suas coisas ou até mesmo usar o micro-ondas.
“Era muito ingênuo. Não era estúpido, apenas ingênuo”, afirmou James Snead ao “Sun Sentinel”.
Expulso da escola por indisciplina, o jovem tinha hábitos considerados “incomuns” pela família, como colocar um cookie de chocolate em um sanduíche de queijo e ir para a cama às 20h. Parecia solitário e queria ter uma namorada, mas estava deprimido pela morte da mãe, segundo o casal.
Kimberly Snead levou Cruz a um terapeuta apenas cinco dias antes do tiroteio. O jovem afirmou que estava disposto a receber o tratamento se o plano de saúde aceitasse.
Cruz disse aos Snead que herdaria pelo menos US$ 800 mil de seus pais e que a maior parte dos recursos estaria disponível quando ele completasse 22 anos.
“Ele disse que sentia muito. Pediu desculpas. Ele parecia perdido, absolutamente perdido. E foi a última vez que o vimos”, recordou James Snead.
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