Os franceses Fanch Gullion e Francis Toulan deram uma volta ao mundo em dois barcos. Foram quase 200 dias em uma navegação que teve início e fim na praia do Jacaré, localizada na cidade de Cabedelo, na Grande João Pessoa. Os dois velejaram em barcos diferentes, mas navegaram juntos em busca de novas experiências.
Depois de Cabedelo, os franceses cruzaram o Oceano Atlântico, o Índico, fizeram uma única parada na Nova Zelândia e seguiram pelo Pacífico. Quando chegaram à América do Sul, contornaram por baixo e, finalmente, chegaram de volta à praia do Jacaré, em Cabedelo.
Foram sete meses em alto mar, vivendo e morando dentro de um veleiro. Para eles, uma casa. “A gente desejou muito fazer essa viagem. Dar a volta ao mundo é o objetivo de todo navegador. Passamos por quatro Cabos, inclusive no Cabo Horn”, contou Fanch.
Um contou com a ajuda do outro, cada um em seu barco. “Nossa viagem teve muita solidariedade. A gente navegou junto, mas cada um no seu barco”, declarou Francis.
Como tudo começou
Os dois se conheceram há oito anos, numa viagem ao Senegal, na África. A partir desse momento, começou a parceria. Francis, que agora realizou um sonho, está com 60 anos, mas começou a navegar ainda bem pequeno, na infância.
Já percorreu boa parte da América do Sul. As viagens dele estão em um livro, onde conta os detalhes de cada um dos momentos.
Fanch começou a navegar aos 40 anos. Esse mês, completa 60. Desde 2011, faz rotas grandes, mas, por algum tempo, dar a volta ao mundo parecia algo difícil de alcançar.
É que em 2017 ele descobriu que estava com câncer na garganta. Fez o tratamento e conseguiu vencer a doença. Foi quando percebeu que era hora de realizar o grande sonho.
A viagem
“O momento mais difícil foi a passagem do Cabo Horn, onde fez muito frio e a umidade era muito grande. Por outro lado, o que é fantástico é que a gente passa muito perto desse Cabo. Foi o momento mais difícil na navegação, mas foi o coroamento dessa viagem”, declarou Fanch.
Dia após dia, era dentro do barco que Francis ficava. O barco funciona mesmo como uma casa. Tem tudo o que eles precisam. E Francis não foi sozinho, não. Levou o “Neve”, um gatinho. “Ele foi um excelente companheiro. E o melhor de tudo é que ele se adaptou muito bem durante todos esses meses no barco. Esse gatinho navega desde que nasceu”, declarou.
Agora eles se programam para voltar pra casa. Daqui até a França tem muito para enfrentar, mas esse é o lugar dos dois. Na água. Voltam cheios de orgulho pela conquista e com uma nova e grande experiência. “Eu tô muito feliz. Consegui dar a volta “Jacaré a Jacaré”. Enfrentamos trechos muito difíceis, mas a volta ao mundo foi realizada com sucesso”, disse Fanch.
“Agora, me sinto muito bem fisicamente. Estou no meu melhor momento, e eu não estava assim. Mas, agora, eu tô com medo de enfrentar a civilização”, declarou Francis. Os dois têm agora um único desejo: dar outra volta ao mundo.
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