Um novo estudo publicado na revista médica The Lancet nesta sexta-feira (22) afirma que pacientes infectados pelo novo coronavírus tratados com hidroxicloroquina ou cloroquina têm maior probabilidade de morrer ou de desenvolver arritmias cardíacas perigosas.
Os pesquisadores analisaram dados de mais de 96.032 mil pacientes com Covid-19 de 671 hospitais. Todos foram hospitalizados do final de dezembro a meados de abril e morreram ou tiveram alta médica até 21 de abril.
Desses, 14.888 pacientes foram tratados com hidroxicloroquina, cloroquina, ou um desses medicamentos combinados com um antibiótico. Foi formado também um grupo de controle com 81.144 pessoas que não receberam nenhuma dessas drogas.
No grupo de controle, 1 em cada 11 internado morreu. Já entre os tratados com as quatro combinações possíveis das drogas, foram verificados um maior risco de morte no hospital.
Considerando o tratamento apenas com cloroquina ou apenas com hidroxicloroquina, a taxa de morte foi de 1 paciente a cada 6 internados.
Nas combinações de cloroquina e um antibiótico, as mortes foram de 1 em cada 5 e, por fim, quando a hidroxicloroquina foi combinada com antibiótico esse índice ficou em 1 morte a cada 4 tratamentos.
Os pesquisadores também descobriram que arritmias cardíacas graves foram mais comuns entre os pacientes que receberam qualquer um dos quatro tratamentos. O maior aumento foi entre o grupo tratado com hidroxicloroquina e um antibiótico: 8% desses pacientes desenvolveram arritmia cardíaca, em comparação com 0,3% dos pacientes no grupo de controle.
“Estudos anteriores em pequena escala não conseguiram identificar evidências robustas de um benefício e estudos controlados randomizados maiores ainda não foram concluídos”, disse o coautor do estudo, o médico Frank Ruschitzka, diretor do Centro do Coração do Hospital Universitário de Zurique. “No entanto, agora sabemos em nosso estudo que a chance de esses medicamentos melhorarem os resultados no tratamento da Covid-19 é bastante baixa.”
A hidroxicloroquina existe há décadas e normalmente é utilizada no tratamento da malária. Ela se tornou o foco das discussões sobre o novo coronavírus depois que líderes como Trump e Bolsonaro começaram a mencionar seu nome diariamente.
Com informações da CNN
Discussion about this post