O presidente russo, Vladimir Putin, acusou nesta quinta-feira (7) o Ocidente de empreender décadas de agressão contra Moscou e alertou que os países ocidentais podem até tentar bater a Rússia no campo de batalha, mas que isso levará uma tragédia para a Ucrânia.
Em uma reunião com parlamentares russos, o presidente do país fez várias menções aos países que apoiam a Ucrânia. Ele disse que a ofensiva da Rússia contra o país vizinho ainda não “começou a sério”.
Ele também provocou os países do Ocidente: “Ouvimos atualmente que [os países ocidentais] querem nos derrotar em um campo de batalha. O que dizer a eles? Que tentem a sorte!”, afirmou.
O líder russo deixou as portas abertas para uma negociação. “Não rejeitamos manter negociações de paz, mas aqueles que as rejeitam devem saber que será mais difícil chegar a um acordo” com a Rússia mais adiante, disse
Reunião com o G20
O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, tem uma reunião a portas fechadas de ministros de Estado do G20 na Indonésia na sexta-feira. Essa será a primeira vez que o principal diplomata de Putin se reunirá com os adversários mais declarados desde a invasão da Ucrânia, em fevereiro.
Na Ucrânia, o governador regional da cidade de Kharkiv, no nordeste do país, disse na noite de quinta-feira que três pessoas foram mortas e outras cinco ficaram feridas após as forças russas bombardearem a cidade.
Espera-se uma nova ofensiva russa no leste da Ucrânia.
“Já escutamos várias vezes que o Ocidente quer nos combater até o último ucraniano. Isso é uma tragédia para o povo da Ucrânia, mas parece que tudo caminha para isso”, disse Putin em declaração televisionada a líderes parlamentares.
O Ocidente fracassou em sua tentativa de conter a Rússia, e suas sanções contra Moscou causaram dificuldades “mas não na escala pretendida”, disse Putin. A Rússia não rejeitou as negociações de paz, mas quanto mais o conflito se estende, mais difícil será chegar a um acordo, afirmou.
Boris Johnson apoiava a Ucrânia
Mais cedo, a Ucrânia perdeu um de seus principais apoiadores internacionais, após o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, renunciar ao cargo. A Ucrânia disse que espera que o apoio britânico continue, e agradeceu Johnson por defender os interesses da Ucrânia, embora Moscou não tenha escondido a satisfação com o declínio político de um líder que há muito critica por armar Kiev de forma tão enfática.
Em uma telefonema, Johnson disse ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky: “Você é um herói, todo mundo te ama”, afirmou um porta-voz de Johnson.
O ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, descreveu o primeiro-ministro britânico como um “verdadeiro amigo da Ucrânia” por estar entre os primeiros líderes mundiais a condenar de maneira inequívoca a invasão e também “por ajudar a Ucrânia a se defender e a vencer esta guerra no futuro”.
A renúncia de Johnson acontece em um momento de distúrbios domésticos em alguns outros países europeus que apoiam Kiev, e de dúvidas sobre suas permanências no poder para o que se tornou um conflito prolongado.
O dia começou com uma cerimônia ousada da Ucrânia, que hasteou sua bandeira em uma cerimônia na chamada Ilha da Cobra, no Mar Negro, que foi recapturada dos russos ao sul do porto ucraniano de Odessa.
Moscou respondeu rapidamente, com seus aviões de guerra bombardeando a estratégica ilha pouco depois, e destruindo parte do destacamento ucraniano no território, afirmou o governo russo.
G1
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