Após bombardear o Iraque, iniciando o que o governo americano batizou de Operação Liberdade Iraquiana, os dois países ocuparam o território iraquiano. Não encontraram, entretanto, as tais armas de destruição em massa. Os governos americano e britânico tiveram de aceitar que Saddam Hussein dissera a verdade quando alegou não possuir os armamentos. O principal motivo da guerra não existia.
É possível afirmar que a Guerra do Iraque foi a mais importante do século 21. Envolveu duas grande potências mundiais contra um influente país árabe localizado no coração do Oriente Médio. Outras grandes potências e manifestantes no mundo todo tentaram impedi-la, sem sucesso. O conflito durou oito anos, entre a invasão em 2003 e a saída das últimas tropas de combate dos Estados Unidos, em 2011. A guerra facilitou o fortalecimento ou surgimento de grupos armados, considerados como terroristas por países ocidentais, e gerou grande ressentimento contra o Ocidente em boa parte das populações árabe e muçulmana.
Causas da guerra
Para entender as origens do conflito, é preciso voltar à década de 1980. Entre 1980 e 1988, os vizinhos Irã e Iraque disputaram uma guerra que deixou cerca de 2 milhões de mortos, segundo algumas estimativas. Na Guerra Irã-Iraque, o governo iraquiano, comandado pelo presidente Saddam Hussein, recebeu o apoio de potências ocidentais, interessadas em enfraquecer o regime iraniano. O motivo: em 1979, a revolução que derrubou o xá Mohammad Reza Pahlavi, do Irã, levou à implantação de uma república islâmica xiita no país.
No mesmo ano, Saddam Hussein assumiu a Presidência do Iraque – função que exerceria por mais de duas décadas como um ditador, usando uma repressão violenta para suprimir qualquer tipo de dissidência interna. Ao invadir o território do vizinho e iniciar o conflito, Saddam representou os interesses tanto do Ocidente como dos regimes árabes sunitas, que temiam o fortalecimento do xiita Irã após sua revolução.
BBC Brasil
Discussion about this post