Hoje é Dia Mundial de Conscientização do Autismo, data designada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para destacar o tema, promovendo a compreensão e a aceitação das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e também ressaltar a importância da inclusão, igualdade de direitos e oportunidades para os autistas. E se tem algo fundamental que o calendário ecoa alto neste dia é para que todos nós possamos abrir o coração e deixar de lado o preconceito.
O preconceito, aliás, muitas vezes surge de uma falta de compreensão e conhecimento sobre o autismo, podendo levar a estereótipos prejudiciais e discriminatórios contra pessoas autistas. Ao abrir nossos corações para entender melhor o autismo e as experiências das pessoas que vivem com ele, podemos cultivar empatia, compaixão e aceitação, algo, infelizmente, tão em falta nos tempos atuais.
Neste sentido, colocar-se no lugar do outro, sentir a dor alheia, é crucial para promover uma compreensão mais profunda das experiências das pessoas autistas e para combater o preconceito. Ao agir assim, podemos imaginar como é ver o mundo a partir de uma perspectiva diferente da nossa própria e reconhecer os desafios únicos que pessoas e famílias de autistas enfrentam no dia a dia.
O autismo é uma condição que está presente na vida de milhões de pessoas em todo o mundo, e no Brasil, não é diferente. A discussão sobre a prevalência do autismo no Brasil tem sido um tema de longa data, especialmente considerando que as estimativas mais recentes apontam para a presença de 2 milhões de pessoas com autismo no país – número que deve ser atualizado pelo último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que incluiu, pela primeira vez, o autismo em suas estatísticas. A intenção é mapear quantas pessoas têm o diagnóstico do transtorno, mas ainda não saberemos quantas podem tê-lo. Os novos números estão previstos para serem divulgados ainda este ano.
É importante reconhecer que cada pessoa é única, e o autismo se manifesta de maneiras diferentes em cada indivíduo. Ao invés de julgar com base em estereótipos, devemos buscar compreender as necessidades, habilidades e perspectivas das pessoas autistas. Isso significa criar ambientes inclusivos, onde todas as pessoas, independentemente de sua neurodiversidade, se sintam valorizadas e respeitadas.
Ao deixar de lado o preconceito e abrir nossos corações para a diversidade humana, podemos construir uma sociedade mais inclusiva e acolhedora para todas as pessoas, incluindo aquelas que estão no espectro do autismo.
Mais que uma simples data, o chamado de hoje é ao respeito, embora o sonho de todos nós seja para o dia em que o amor passe a ser, verdadeiramente, medida de todas as coisas e a cura para todos os males, a começar pela indiferença ou até mesmo o preconceito.
E se a mudança começa pela inclusão, que possamos evoluir enquanto seres humanos e encontrar dentro de nós mesmos a razão para acolhermos o outro, tratá-lo sem indiferença e amá-lo com a verdade da nossa alma, porque, mesmo em meio às nossas diferenças, somos todos iguais.
* Ivandro Oliveira é jornalista e Diretor de Conteúdo do Tá na Área
Discussion about this post