O novo Coronavírus está longe de qualquer controle no Brasil e no mundo pelo menos até encontrarmos uma vacina ou mesmo um medicamento seguro que consiga parar os efeitos mortais dessa pandemia no planeta. Até lá, infelizmente, teremos que conviver com esse inimigo invisível, procurando minorar efeitos e consequências sobre os sistemas de saúde e econômico daqui e de alhures.
As medidas restritivas adotadas de maneira profilática mundo afora conseguiram, em certa medida, frear a ação do vírus e arrefecer a sobrecarga sobre o sistema de saúde que ganhou tempo para organizar o que precisava ser organizado. No caso do Brasil, mau ou bem, até pela capilaridade do Sistema Único de Saúde (SUS), esse tempo foi ainda mais precioso diante de problemas históricos que expuseram sem qualquer cerimônia nosso amadorismo numa área tão essencial, seja pela falta de unidade de comando no Ministério da Saúde, que se deu o luxo de trocar duas vezes de ministro, ou mesmo o vazio de liderança do Presidente da República, Jair Bolsonaro, que só não brigou com si próprio, quando, na verdade, deveria ter sido a voz a compor consensos em meio a dissensos.
A crise sanitária é apenas um dos múltiplos efeitos do coronavírus. A economia é outra área brutalmente afetada por esse vírus. Foi assim na China, onde tudo começou, no Japão, na Coréia do Sul, na Europa, nos Estados Unidos, no mundo todo e, claro, no Brasil.
Da mesma forma que os governos se esforçam em atenuar a curva epidemiológica por meio de suspensão de atividades não prioritárias, reforço dos sistemas públicos de saúde, bem como a forte orientação pública quanto ao uso dos recursos privados neste setor crucial, é fundamental que comecem a planejar o futuro ou o ‘novo normal’ que já bate a porta de João Pessoa, da Paraíba, do Brasil e do mundo.
Os governos Federal, Estaduais e Municipais precisam urgentemente sentar à mesa e pactuar as futuras decisões de flexibilização da quarentena e retomada da economia. Na Paraíba, a sugestão é que o Estado possa coordenar com as prefeituras um plano de retomada após a pandemia do coronavírus, a começar por uma estratégia de convivência com o vírus.
Com o desemprego em nível recorde, diminuição da capacidade produtiva da economia devido ao fechamento de empresas e piora das contas públicas, o cenário atual requer para já um debate aprofundado sobre o tema, com compartilhamento de tarefas e missões entre os entes públicos, pois a intensidade dessa piora do cenário econômico vai depender da efetividade das medidas adotadas pelos governos. Neste sentido, é imperioso ouvir os empresários, ampliando o diálogo, criando grupos de trabalho e moldando as linhas gerais desse plano que precisa definir os parâmetros de gradualidade para restabelecer esse ‘novo normal’.
A realidade brasileira é diversa e desafiadora. O país vem de uma trajetória longa de crescimento baixo e instável, que se agravou nos últimos cinco anos. Por outro lado, o país tem instituições, públicas e privadas, que já foram testadas em momentos de crise, como em 2008, e que se mostraram capazes de mitigar os efeitos internos de cenários globais adversos.
Tudo ainda é muito obscuro na medida em que ainda não se tem uma coordenação geral. O gesto do presidente Jair Bolsonaro em promover uma reunião com os poderes e governadores pode ser interpretado como um primeiro sinal nessa direção. Diferentemente de outras nações do planeta, o Brasil é um país pobre e terá que retomar sua economia o quanto antes sob pena de cair no profundo abismo da miséria.
A hora é agora. O momento é de união. O Brasil e os brasileiros precisam estar acima de quaisquer outras questões. Planejar esse ‘novo normal’ é tarefa de agora e missão de todos os governos. Cabe a cada governante fazer a sua parte, seja aqui em João Pessoa, em Campina Grande, em Brasília e onde quer que seja.
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