O tema é controverso, sobretudo num cenário de mudanças climáticas, mas tem chamado a atençãoo debate em torno da proposta de engorda de alguns trechos da orla com a areia do próprio mar.
De cara, aviso que não sou técnico na matéria, razão pela qual limitarei a presente reflexão ao eixo meritório da iniciativa, que é boa, tendo em vista o atual estágio de degradação da nossa falésia. Aliás, neste sentido, são inúmeras as experiências bem sucedidas, vide
O que mais chama a atenção é o posicionamento de alguns personagens que, simplesmente, fecharam os olhos para a construção da Estação Ciências no governo de Ricardo Coutinho na Prefeitura de João Pessoa, obra responsável pelo processo acelerado de erosão da falésia do Cabo Branco, segundo avaliação de muita gente do ramo.
Na praia fluminense, o aterro gigantesco afastou o mar oitenta metros da zona de arrebentação original. O projeto contou ainda com alargamento da Avenida Atlântica, estacionamento e calçadas.
Confira o antes e depois:
1956
2007
Esse tipo de intervenção tem sido muito comum no Brasil e no mundo. Trata-se de esforço do poder público em encontrar uma solução que concilie resultado e menor impacto ambiental possível.
Agora, contudo, o que não pode é não fazer nada ou, pior, fazer uma gambiarra como a que foi feita não faz muito tempo por essas bandas, abarrotando a faixa de areia de pedras, cada uma maior que a outra, isso a cifras milionárias e com nenhum resultado prático para a solução do problema.
Aliás, em meio a opiniões dissonantes ou pouco conectadas com a realidade de quem até pouco tempo fez vista grossa para a construção da controvertida Estação Ciências. Por falar no propalado projeto do então prefeito Ricardo Coutinho, alguém sabe dizer onde estavam os ambientalistas oficiais ou oficiosos quando da sua edificação? O que falaram ou disseram essa gente sobre a obra que tanto mal fez a nossa orla?
A iniciativa da gestão municipal em encaminhar uma solução para o problema é louvável e precisa ser levado adiante por meio de um debate técnico e despido de qualquer cunho de politicagem. Cabe a gestão municipal ouvir quem quer que seja, encomendar um projeto técnico de qualidade que consiga dirimir todos os pontos controvertidos e quem não entende do riscado, faça o favor de silenciar ou recolher-se a própria insignificância.
Um tema tão importante como esse precisa e deve ter uma discussão técnica e um dabate político com P maiúsculo, não esse do nosso histriônico rame-rame tabajara, porque a cidade e as pessoas que aqui moram ou visitam merecem muito mais.
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