A proposta apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) de compensar os estados que zerarem os impostos que incidem sobre diesel e gás de cozinha até dezembro de 2022 é um contra-ataque mortal, capaz de virar o jogo e o debate em torno desses insumos, considerados vitais para os brasileiros e seus já combalidos orçamentos familiares. Na prática, Bolsonaro colocou os governadores em xeque e transferiu para cada um deles o boa parte do ‘fardo’ que carregou nos últimos meses diante da escalada de preços sobre esses produtos.
A proposta, que foi discutida com os presidentes do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), em reunião no Palácio do Planalto, não detalha como será essa compensação aos estados, já que o benefício implica um custo de R$ 50 bilhões, mas, aos olhos do grande público, é uma forma de passar a ‘bola do jogo’ para que os gestores estaduais concluam a ‘jogada’. Caso desperdicem o lance, certamente serão duramente cobrados, podendo, inclusive, assumirem a amarga conta do desgaste de um tema que pode ser muito caro, sobretudo em ano eleitoral.
É que o cidadão hoje paga caro pelo gás que cozinha o alimento da sua casa ou combustível que abastece seu veículo não está nem aí se a proposta é ou não eleitoreira. Pelo contrário, o que ele quer mesmo é reduzir sua despesa, colocar o gás no fogão e abastecer seu carrinho.
Aliás, pela proposta apresentada ontem, o governo quer também zerar PIS/Cofins e Cide sobre a gasolina e o álcool. “Nós sabemos o que vem acontecendo na questão de combustíveis, onde todos sofrem, em especial os mais humildes”, disse o presidente em pronunciamento.
A partir de agora a bola está com os governadores e Bolsonaro, que tanta dor de cabeça acumulou nos últimos tempos, vai para arquibancada, pronto para aplaudir ou vaiar.
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