A imagem do governo Bolsonaro perante a opinião pública melhorou e os números das últimas pesquisas divulgadas pelos mais diferentes institutos apontam para isso. Independentemente da metodologia empregada, porque cada um tem a sua, as últimas aferições dão corpo e forma a um cenário absolutamente diferente de meses atrás, com reflexos significativos no ambiente político-eleitoral do país.
A eleição de ‘favas contadas’, tão decantada no passado, parece ter virado estória diante uma nova realidade e disposta a escrever novos e surpreendentes capítulos de um livro cujo enredo reserva ainda muita história.
Numa análise fria e mais acurada dos números divulgados pelo Quaest/Genial, eleitorado sobre o governo melhorou de forma muito significativa em alguns estratos da população: na região Sul, avaliação positiva passou de 22 para 32%; na Norte, avaliação negativa caiu de 48 para 36%.
Entre os homens, considerando aferições anteriormente feitas pelo mesmo instituto, a diferença entre avaliação positiva e negativa que era de 24 pontos em fevereiro, passou para 14 pontos em março. Todas as mudanças acontecem, coincidentemente, entre os segmentos sociais em que Bolsonaro teve bom desempenho em 2018.
Diante desse cenário, sem medo de errar, já é possível afirmar, portanto, que o que se observa nada mais é do que a recuperação de boa parte do eleitorado que levou Bolsonaro ao segundo turno ,em 2018, e, consequentemente, a vitória sobre Haddad naquela eleição. Neste sentido, será preciso aguardar os próximos lances para saber se o atual mandatário do país consegue aglutinar sobre si a outra parte, isto é, o eleitor de ‘centro’, que foi às urnas para derrotar o PT.
Aliás, não à toa, a pesquisa Quaest perguntou aos 25% dos eleitores que rejeitam tanto Lula quanto Jair Bolsonaro o que eles fariam no primeiro turno para derrotar um ou outro candidato. Resultado: 34% dos eleitores poderiam votar em Lula para derrotar Bolsonaro, e 23% considerariam votar em Bolsonaro para derrotar Lula.
Mas, por outro lado, a maioria absoluta do voto nem-nem é categoricamente nem-nem: 66% não votam em Lula de jeito nenhum, e 77% não votam em Bolsonaro de jeito nenhum. É aí, portanto, que talvez resida o sentimento de Gilberto Kassab em lançar pelo seu PSD, o governador gaúcho Eduardo Leite, que pode deixar o tucanato pelo partido do ex-prefeito de São Paulo, assumindo, a depender de uma série de fatores, o protagonismo de candidato de ‘terceira via’ em condições de quebrar a atual polarização.
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