Adesivos com o retrato de Sergio Moro sob um fundo azul, o nome dele e o slogan “Brasil justo para todos” foram distribuídos, ontem, em vários pontos de Brasília, comerciais e residências, para anunciar uma passagem em breve pela cidade do ex-juiz, agora aspirante a candidato do Podemos a presidente da República.
Avisado disso, o presidente Jair Bolsonaro, em conversa com um grupo de devotos nos jardins do Palácio da Alvorada, foi logo dizendo: “Esse cara trabalhou comigo um ano e meio”. Acrescentou em tom de deboche: “Quero só vê-lo no alto de um carro de som falando para o povo”. Duvida que Moro fará sucesso.
Moro melhorou a sua voz de gralha, um desafio ingrato aos ouvidos. Mas não só. Cresce em pesquisas de intenção de voto e já aparece em terceiro lugar, só abaixo de Lula e Bolsonaro. Cuide-se Ciro Gomes (PDT) para não ser ultrapassado de vez por ele. Mas Moro tem um problema que deveria preocupá-lo: a rejeição alta.
A sua está na faixa dos 50%, só abaixo da rejeição de Bolsonaro e João Doria, e acima da de Ciro, Lula e Eduardo Leite. Com certeza votariam, hoje, em Moro algo como 15% dos brasileiros, em Lula quase o triplo, em Bolsonaro menos do dobro, em Ciro por volta de 10%, em Doria metade disso e em Leite quase nada.
O caminho para Moro está aberto, mas será íngreme. O eleitor dá sinais de que deseja um presidente conhecido por sua experiência e que lhe transmita segurança. Um perfil muito diferente, portanto, do que escolheu na eleição de 2018. A economia, e não mais o combate à corrupção, estará no centro do palco.
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