Cartaxo demarca território
Por Ivandro Oliveira
A semana começa com o prefeito Luciano Cartaxo demarcando território e afirmando com todas as letras que tem um lado e este é na oposição ao atual governador, João Azevêdo, e o seu antecessor, Ricardo Coutinho, ambos do PSB, algo que já tinha feito na semana passada quando instado a falar sobre eventual aproximação com os socialistas. O posicionamento de Cartaxo não pode ser visto apenas como posicionamento político de momento, mas interpretado sob a ótica de quem não quer ficar a reboque das circunstâncias de quem quer que seja.
À luz dos últimos movimentos, o prefeito pessoense tem razão ao assegurar que o seu partido, o PV, terá um candidato a defender o legado construído ao longo dos últimos anos. Com uma administração bem avaliada, a julgar pelas últimas pesquisas publicadas ou não, Cartaxo sabe que a avaliação positiva de sua gestão poderá ser decisiva na pavimentação do caminho daquele ou daquela que ungirá como sucessor do seu espólio político e administrativo na sucessão do ano que vem.
Mais que isso, Luciano Cartaxo talvez tenha enxergado o que muita gente ainda tenha se dado conta sobre o imbróglio da ‘guerra fria’ no PSB. É que unidos por muito mais que os recursos da Cruz Vermelha, que segundo informações apuradas das investigações da Operação Calvário teriam financiado as campanhas não só de Ricardo Coutinho desde os áureos tempos de Prefeitura de João Pessoa, mas, também, do atual governador João Azevêdo, o alcaide da ‘Aldeia das Neves’ vislumbre que ambos terminem se ‘arrumando’ nesses dias, ficando tudo dito pelo não dito, como se nada tivesse acontecido, até porque, no final das contas, como faces de uma mesma moeda, os valores e interesses são inafastavelmente os mesmos.
Sem colocar a carroça à frente dos bois ou do cavalo, como queiram, Cartaxo não quer antecipar o debate eleitoral, daí todo o contorcionismo em não adiantar nomes ou postulações, porque sabe que a sua administração tem muito ‘combustível’ para queimar e um monte de coisa por fazer. Por isso, passa a vista no terreno, confere a cerca, repõe as estacas, fecha os eventuais buracos e não permite que os adversários avancem sobre o território construído nesses últimos anos. De quebra, deixa claro aos atuais aliados de que lado está, para onde e com quem pretende ir daqui para frente.
Na estrada há anos, Luciano compreende que não existe espaço vazio na luta política e pela exata noção dissotodas as suas sinalizações são no sentido de ratificar um posicionamento até aqui conhecido que é no campo das oposições ao atual governador, João Azevêdo, e, por conseguinte, ao ex-governador, Ricardo Coutinho, que, pelo menos por enquanto, continuam do mesmo lado, apesar de todo roteiro novelesco dessa ‘guerra’ que continua muito fria e muito aquém de um rompimento político de verdade e pra valer.
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