Os debates eleitorais são espaços-chave das campanhas eleitorais brasileiras, sendo realizados por diferentes meios de comunicação (emissoras de televisão, rádio ou veículos na internet). Ao lado do horário eleitoral, é uma das maiores vitrines de divulgação de propostas disponíveis em uma campanha.
Em João Pessoa, a julgar pelos primeiros debates até aqui realizados, a sensação que paira no ar e na cabeça de quem os assistiu é de que pouco ou nada foi apresentado pelos ilustres personagens de uma disputa que determinará os rumos e o destino de uma cidade com quase 1 milhão de habitantes e que é a capital de todos os paraibanos e paraibanas. E se quantidade nunca foi qualidade, o recorte três por quatro do que vi e do que não consegui mais ver é que essas 14 candidaturas precisarão repensar se continuarão a se apresentar assim ao distinto público da Aldeia de Nossa Senhora das Neves.
E se o conjunto da obra é muito ruim, ganha, infelizmente, quem não participou até aqui desses debates. Refiro-me ao ex-governador Ricardo Coutinho, do PSB, que, da comodidade de seus aposentos, toca uma campanha virtual, passando ao largo de tudo que pesa contra si e tentando descolar daquilo que tem feito questão de chamar de baixaria. Sem adentrar em outras esferas, o socialista calcula bem todos os passos, evita desgastes desnecessários e sugere que a opinião pública julgue os seus adversários pelo nível dos debates que pouco ou nada apresentaram.
Se de um lado assistimos o deputado estadual Walber Virgolino, do Patriotas, insinuar que o vereador João Almeida, do Solidariedade, viajou com uma mulher que não era a sua para Fernando de Noronha, em plena pandemia, temos, em reciprocidade, o agredido retribuindo que o seu agressor torrou a verba indenizatória com coisas na republicanas e fora do exercício do mandato, taxando-o de corrupto.
Outros embates, uns mais, outros menos contraproducentes foram vistos e ouvidos, mas o que também chamou a atenção foi o protagonizado pelo ex-senador Cícero Lucena, do Progressistas, e o deputado federal Ruy Carneiro, do PSDB. Se fosse um enredo de novela, o confronto teria até nome e se chamaria ‘Filho Ingrato’, tamanho foi o golpe e tom adotado pelo tucano ao ‘exumar’ um assunto que já foi até sepultado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Ocorre, contudo, que o ‘tiro’ de Ruy contra Cícero também atingiu ilustres personagens de seu partido, o PSDB, uma contradição que pode dizer muito sobre quem tenta se passar por uma coisa, quando, em verdade e essência, é justamente outra e totalmente diferente.
E se o que lasca é a minha memória, diria o saudoso Luiz Otávio, é bom ficar por aqui para não trazer para o presente as reminiscências não tão ocultas pelo tempo e nem muito menos anônimas pelos seus personagens, porque, no fim das contas, esse tipo de cantilena improdutiva de nada se aproveita de bom para a cidade de João Pessoa.
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