Aquela festa que comemorou a vitória do deputado Arthur Lira foi um escárnio,um desrespeito, um escândalo. Mostrou também a hipocrisia. Os deputados todos de máscaras posaram na Câmara com o presidente Arthur Lira também de máscara e ele, no seu discurso, falou que esta é a “mais cruel, devastadora e feroz pandemia do último século”. Concordo com a frase. O problema foi a festa logo depois que mostrou que a máscara era simulação, fingimento, apenas para posar para foto.
No dia seguinte a essa festa morreram mil e duzentos brasileiros e quarenta brasileiros. Ao todo, mais de 226 mil são os nossos mortos. E tem ainda as dores, muitas outras dores. O medo, a aflição, as pessoas internadas, os médicos e enfermeiros que morrem na luta pela saúde. E são eles que nos dizem para usarmos medidas protetivas, evitarmos aglomerações, usarmos máscaras. Lá estava a deputada Joyce Hasselman, Cristiane Brasil que até outro dia estava na prisão. Estava o general Luiz Eduardo Ramos.
A deputada Bia Kicis foi escolhida para presidir a Comissão de Constituição e Justiça e ela já pediu intervenção militar. Quem pede isso está propondo que a Constituição seja rasgada. A deputada Flavia Arruda, mulher do ex-governador José Roberto Arruda preso por corrupção com a mão na massa, vai comandar a Comissão de Constituição e Justiça. Assim o Congresso vai escolhendo tomar decisões indignas.
Mas de tudo o que fez até agora, a nova gestão errou miseravelmente ao fazer essa festa. Ela foi o símbolo de um Congresso que não se importa em acelerar a circulação do vírus mortal que tem sido a tragédia do Brasil. Nesse momento, o país que tem o título de a pior gestão da pandemia.
* Por Mírian Leitão em O Globo
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