Na política, muitas vezes, o que não é dito é tão importante quanto as palavras expressadas. Os movimentos – ou a ausência deles – revelam intenções, alinhamentos e disputas que moldam os cenários eleitorais antes mesmo que as candidaturas sejam oficialmente lançadas. E na Paraíba, olhando para 2026, um fato é inegável: do lado governista, a sucessão passa inevitavelmente pelo governador João Azevêdo (PSB) e os deputados federais Aguinaldo Ribeiro (PP) e Hugo Motta (REP), este último presidente da Câmara.
A imagem do encontro no restaurante Gulliver Mar – que não teve nada de casual – entre esses três personagens aponta para uma constatação não apenas simbólica, mas absolutamente latente, que é por aquela mesa que passarãp as decisões do blocp governista para a eleição do próximo ano.
O governador João Azevêdo, ainda sem um sucessor definido, movimenta suas peças com cautela, mantendo-se como o grande fiador da continuidade do projeto governista. Aguinaldo Ribeiro, com forte influência em Brasília e um protagonismo crescente nos bastidores, articula com discrição, mas sem esconder sua posição central nas definições que virão. Hugo Motta, por sua vez, vem consolidando sua força política no interior, expandindo seu alcance e reforçando o peso do Republicanos na equação sucessória.
Os sinais que vêm do grupo situacionista demonstram que nada ocorre por acaso. As alianças, os discursos medidos e até mesmo os silêncios indicam um jogo estratégico onde cada passo é calculado. Quem observa atentamente percebe que a escolha do candidato governista e todo o desenho da chapa, a começar pela saída ou não do governador para disputar o senado, será fruto de um acordo entre essas lideranças – e qualquer tentativa de romper essa lógica encontrará dificuldades.
Assim, o caminho para 2026 está traçado: entre palavras e gestos, a sucessão na Paraíba já tem seu eixo definido e o desfecho será apenas a consequência dos movimentos que já estão em curso pelo trio ocupante da mesa.
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