João assiste Ricardo falar para o vento e passar vergonha em Monteiro
Por Ivandro Oliveira
A desonesta tentativa de transformar uma justa mobilização em defesa da sequência das obras de transposição do ‘Velho Chico’ em ato pelo malfadado ‘Lula livre’ nem água deu e os insuspeitos resultados testificam o episódio como vergonhoso para os inconfessáveis desejos e pretensões do ex-governador Ricardo Coutinho e a trupe petista que o acompanhou na aventura pelo Cariri paraibano.
O que se viu ontem, em Monteiro, foi um verdadeiro show de horrores, com direito a muro de lamentações e muito disse me disse. Para quem bradava aos quatro cantos de que pouco ou nada se importava com as ausências de personagens importantes, vide o governador João Azevêdo e o presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino, ‘porque importante mesmo era o povo’, a raquítica adesão popular chamou muito mais atenção que os deletérios e surrados discursos dos oradores de um palanque de uma nota só.
Sem meias verdades ou mentiras completas, o evento liderado pelo ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) mostrou que o socialista começa a descer a ladeira apenas oito meses de sua saída do Palácio da Redenção. Ato contínuo, sem tirar nem pôr, a ausência do governador João Azevêdo (PSB) foi o atestado mais eloquente de que ambos já não jogam no mesmo time, simplesmente porque têm visões e objetivos diferentes.
Com menos de dez prefeitos presentes, num universo de 223, meia dúzia de deputados estaduais, e apenas três parlamentares federais presentes, o plano de Coutinho de tentar transformar um ato pela água em desejo de afirmar-se como liderança de proa em níveis regional e nacional não passou de mais um delírio, próprio de quem ainda não percebeu que a caneta que um dia foi sua não mais lhe pertence.
E se as imagens falam mais que quaisquer palavras, em nada adianta tentar justificar ou mesmo reparar os pífios resultados da manifestação pelo ‘Lula livre’ com adjetivações inócuas e contraproducentes. Vejamos, então:
As imagens refletem muito daquilo que foi, ou melhor, não foi o ato de Ricardo em Monteiro. Do Cariri, de grandes talentos na música, no judiciário, nas letras e nas artes, sai um ex-governador um pouco menor, incapaz de aglutinar não só os companheiros de luta, mas o próprio povo do estado que governou por longos oito anos.
Para quem sempre levou a ferro e fogo a ideia de que “um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos”, como bem acentuou Friedrich Nietzsche, é bom o ex-governador entender que o curso da história mostra que a vida ensina com exemplos, muitas vezes imperceptíveis aos olhos de quem não só acredita, mas tem a mais absoluta certeza de que é melhor que os outros, por ser mais ‘sabido’, mais ‘frio’ e calculista, enfim, mais forjado na ‘luta’, contudo esquece que o amanhã sempre reserva novas surpresas, algumas desagradáveis e malfazejas.
Como disse na semana passada, em meio a uma surda peleja com Ricardo, cujo ápice culminou com a ‘intervenção’ no comando do PSB, João evita o embate direto, torna ainda mais gelado o espaço de um possível confronto, e promove outra guerra com o seu antecessor, a de nervos, típica de quem sabe com quem está lidando.
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