Romero Rodrigues, ex-prefeito de Campina Grande, confirmou o que o Tá na Área já tinha avisado: não será mais candidato ao governo estadual nas eleições do próximo ano. A retirada de sua postulação já era uma crônica anunciada num enredo estrelado pelos mesmos personagens que compuseram a história não muito recente da eleição de 2018. Aliás, há quem veja muita verossimilhança entre as duas tramas.
Principal liderança de Campina Grande na atualidade, gestor bem avaliado pelos 8 anos à frente da Prefeitura, tendo feito o sucessor em eleição definida ainda no primeiro turno, Romero Rodrigues não quis interpretar o mesmo papel que Lucélio Cartaxo (PV) foi convencido a ‘encenar’ em 2018, e caiu fora de um ‘barco’ que estava fadado a naufragar. Fez bem e não poderia ser diferente diante do museu de grandes novidades de uma oposição que permanece inerte a tantos erros e em voltas de um futuro que teima repetir o passado.
Com o anúncio da retirada da pré-candidatura do líder campinense, feito na noite dessa terça-feira (26) durante uma reunião em Brasília com lideranças do PSDB, vide o ex-senador Cássio Cunha Lima e os deputados Pedro Cunha Lima, Camila Toscano, Tovar Correia Lima e Ruy Carneiro, Romero está livre, agora mais que nunca, a dar sequência a sua própria rota. No comando do PSD, partido presidido por Gilberto Kassab, ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo, de quem tem as garantias para decidir o que for melhor e mais conveniente para si mesmo, o ex-prefeito de Campina Grande deve iniciar uma nova fase de diálogos e conversações visando a construção de uma nova rota que lhe leve a 2022.
E esse novo trajeto não inclui mais a vacilante oposição paraibana, incluindo as figuras e componentes do que convencionei chamar de ‘bolha’ bolsonarista no estado, mas o grupo liderado pelo atual governador João Azevêdo, o deputado federal Aguinaldo Ribeiro, a senadora Daniella Ribeiro e o prefeito da Capital, Cícero Lucena, ambos do Progressistas.
Não à toa, a desistência de Romero Rodrigues de entrar na disputa pelo comando do Palácio da Redenção no pleito do ano que vem acontece no momento em que é cada vez mais forte e viável a tese de união do politico campinense com o governador João Azevêdo (Cidadania), que é pré-candidato à reeleição.
É bem verdade que falta muito tempo até o desaguar das urnas de 2022. Daqui até lá, muita coisa pode e deve acontecer, contudo, pelo andar da carruagem, como disse o próprio irmão de Romero, o deputado Moacir Rodrigues, um novo pacto político está sendo construído na Paraíba, uma obra de engenharia que foi tentada 20 anos atrás por José Maranhão, o saudoso ‘Mestre de Obras’, quando quis, em nome da pacificação, lançar Cícero Lucena, então prefeito de João Pessoa, ao governo, em 2002. Cícero, como se sabe, não topou, numa prova inconteste de fidelidade a Ronaldo e a Cássio Cunha Lima, que foi o candidato do grupo, isso após o grupo migrar para o PSDB.
A vida seguiu em frente, novos personagens foram incorporados, uns ficaram pelo caminho, outros já não estão mais aqui, mas a história, que sempre segue seu próprio curso, começa a escrever um nova enredo, diferente do que todos pensavam e totalmente distante da realidade de quem ainda acredita que a política e o modo de como fazê-la mudou e não é mais o mesmo.
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