A corrida sucessória na Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Paraíba, começa a ganhar corpo e forma na pauta do dia na Paraíba. Na última terça-feira (19), em debate promovido pela TV Master, deu um tom mais encorpado na disputa pelo comando de uma entidade responsável pelos interesses de mais de 20 mil advogados e advogadas paraibanas.
De cara, em virtude de questões profissionais, adianto que só conferi o evento que confrontou Maria Cristina, Harrison Targino e Raoni Vita no dia seguinte, em link fornecido por um amigo e localizado no canal da emissora, presidida por Alex Filho, na plataforma Youtube. Tradicional, o debate da TV Master sempre ‘inaugura’ as contendas políticas, sejam em âmbito partidário ou não, de uma Paraíba que aprendeu a gostar de uma eleição, qualquer que seja o tipo ou espécie, e isso não é novidade para ninguém.
E quando o assunto é política, inclusive de OAB, todo mundo vira comentarista ou, no mínimo, pitaqueiro. E a disputa pelo comando da OAB-PB não é diferente, tanto que as discussões começam a invadir as rodas, mesas e prosas de quem é ou não profissional do Direito.
A primeira impressão desse confronto de ideias que envolveu Maria Cristina, Harrison Targino e Raoni Vita na TV Master é de que apenas dois deles devem protagonizar a disputa, de fato, pelo comando da entidade nas eleições que ocorrerão no dia 18 de novembro, das 9h às 17h, na Seccional, em João Pessoa, e nas 11 Subseções da OAB no interior do Estado.
Em análise acurada do desempenho dos três candidatos, particularmente, fiquei com a impressão de que Harrison Targino e Maria Cristina Santiago, a Kiu, representam faces de uma mesma moeda. Explico: enquanto Harrison defende abertamente a atual gestão da entidade, inclusive inventariando eventuais feitos, Maria Cristina Santiago, tida como “fato novo”, especialmente por ser mulher, tenta a todo custo disfarçar suas ligações com o grupo de Paulo Maia, de quem gostaria de ter a ‘bênção’ para sua postulação.
Não por acaso, no Debate da Master, a advogada não escondeu a timidez do seu discurso contra Maia e sua gestão, uma postura vacilante e que a deixa em situação difícil em meio a percepção de que sua candidatura não se coaduna como de oposição, mas de complementariedade, uma espécie de apêndice ou sublegenda do bloco situacionista. Aliás, no confronto com Harrison, Maria Cristina ficou em maus lençóis e ainda amargurou a acusação de disseminação de fake news, isso porque a candidata acusou o colega, que é sócio do escritório dos Cunha Lima, estaria envolvido na Operação Calvário, o que foi desmentido por meio de uma certidão negando a história.
Já Raoni Vita, candidato de oposição, mostrou um discurso mais sintonizado com as aspirações de quem almeja mudança na Ordem e acabou crescendo em meio à guerra entre Maria Cristina e Harrison, que estavam juntos na base da atual gestão da Ordem até dois meses atrás. Ele criticou a gestão, apresentou e detalhou propostas concretas, a exemplo do piso salarial da advocacia, implantação da Câmara de Mediação e Arbitragem, reabertura da Escola Superior de Advocacia (ESA) e concurso para advogados atuarem na defesa das prerrogativas, além de ações para a jovem advocacia.
Num recorte três por quatro do debate, considerando o debate como uma espécie de ‘largada’, Raoni e Harrison saíram na frente e assumiram o protagonismo da corrida sucessória na OAB. Raoni, pela oposição; Harrisson, a situação. Sem uma identidade própria e com um discurso pouco ou nada consistente, Maria Cristina precisará correr contra o tempo para não padecer de inanição.
E se essa disputa poder ser contada em capítulos, sem medo de errar, já é possível aferir que os primeiros deles já ficaram prontos e que os próximos dias serão decisivos para o desenvolvimento e desfecho de toda a história.
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