As duas maiores cidades paraibanas podem experimentar uma disputa eleitoral renovada com a ascensão de jovens quadros, oriundos praticamente de uma mesma geração e que trazem na essência novos valores que podem contribuir com a oxigenação do debate político e ir ao encontro de eleitores cada vez mais reticentes com as velhas práticas e o compadrio das indicações familiares.
Na Capital de todos os paraibanos, nomes como Bruno Farias (Cidadania), Diego Tavares (PV), Léo Bezerra (Cidadania), Raoni Mendes (DEM) e Nilvan Ferreira (MDB) praticamente integram uma mesma geração e despontam na pré-campanha como ‘novas caras’ em meio à crise de confiança na política. Em Campina Grande, Bruno Cunha Lima (PSD) e Tovar Correia Lima (PSDB) disputam palmo a palmo a condição de sucessor do prefeito Romero Rodrigues (PSD).
Não é preciso consultar a história e tampouco fazer muito malabarismo para entender que esse ambiente de mudanças e de ‘novas caras’ no debate político de João Pessoa e Campina Grande é fruto de processo de transformação cada vez mais veloz no Brasil e que levou, por exemplo, 1497 jovens de 21 a 29 anos a concorrerem uma vaga na Câmara dos Deputados ou nas Assembleias Legislativas no último pleito. Tabata Amaral (PDT), Kim Kataguiri (DEM), João Campos (PSB), Felipe Rigoni (PSB) e Luísa Canziani (PTB) não são apenas rostos novos na Câmara dos Deputados, mas nomes de destaque no Congresso Nacional.
O fato é que uma onda de renovação tomou conta do país e as eleições municipais deste ano devem ser marcadas por uma participação ainda mais maciça de jovens nomes, muitos deles a protagonizar o debate eleitoral em grandes cidades, a exemplo de João Pessoa e Campina Grande.
Por outro lado, a renovação da política passa também pela escolha correta dos candidatos. Não basta ser apenas uma espécie de outsider, e ter um discurso atraente. O candidato tem que ter conteúdo e já ter mostrado eficiência na gestão pública. É imprescindível, o eleitor analisar o currículo, o partido e a ligação do candidato com políticos “ficha-suja”.
A verdade é que todos esse processo de renovação que temos visto país afora e agora, de modo peculiar nessa fase de pré-campanha das eleições municipais em João Pessoa e Campina Grande, é um fenômeno promovido por uma geração que cansou de reclamar da política e dos políticos, e decidiu ir à luta, tentar transformar indignação em ação política, o que vai ao encontro do próprio eleitor que está cada vez mais decidido a abrir espaços para novas apostas.
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