O jornalista Ivandro Oliveira, diretor de Conteúdo do Tá na Área, em mais uma análise para o internautas leitores do portal, analisa o momento eleitoral, faltando dois dias para o pleito deste domingo (28), quando os brasileiros e brasileiras irão às urnas decidir o futuro presidente da República.
No artigo, Ivandro registra que a iminente vitória de Bolsonaro é uma dura derrota ao petismo, mas, sobretudo ao ex-presidente Lula, que cometeu uma série de erros, a começar pela divisão da esquerda criada por sua candidatura ‘fake.
Confira:
Vitória de Bolsonaro é derrota de Lula e do petismo
Por Ivandro Oliveira
O culto de personalidade, ou culto à personalidade, é uma estratégia de propaganda política baseada na exaltação das virtudes – reais e/ou supostas – do governante, bem como da divulgação positivista de sua figura. Embora proeminentes em ditaduras, os cultos à personalidade têm feito escola na história recente das democracias, aparentes ou não, vide os exemplos dos nossos ‘hermanos’ venezuelanos e bolivianos, apenas para citar os mais recentes.
Os livros e a própria trajetória do mundo colidem para as mesmas causas que levaram derrocada de líderes que abusaram da força e do poder do carisma em demasia. Stalin, Hitler, Mussolini, Mao Tsé-Tung, Saddam Hussein, Nicolae Ceauşescu, Rafael Trujillo, dentre outros, apostaram na soberba e sucumbiram em meio a um oceano de arrogância e prepotência.
O Brasil, que por quase 14 anos esteve sob a égide de um partido cujo líder sempre foi venerado e entronizado por seus mais fiéis súditos, inclusive, em boa medida até hoje, por boa parcela da sociedade, a ponto de acreditar em sua infalibilidade, um devaneio sem tamanho e só explicado pela visão obtusa de quem não percebe os movimentos naturais da vida e o curso da história.
O iminente fracasso eleitoral de Fernando Haddad deve ser creditado ao PT e seu maior líder, contaminado pelo ego típico dos cultuadores da própria personalidade e a arrogância dos que se acham infalíveis. No alto de sua soberba, o ex-presidente Lula minou todas as pretensões dos demais candidatos da chamada ‘esquerda’ brasileira, ferindo, de forma mais notável, Ciro Gomes, do PDT, cuja candidatura certamente imporia mais trabalho a Bolsonaro que Haddad nesse segundo turno.
Em mais uma demonstração de total falta de conexão com os rumos da eleição, eis que Lula lança mão de uma carta tecendo loas ao seu legado, manifestando incredulidade com tanta rejeição ao PT, ratificando a cantilena de ser vítima da justiça e, claro, culpando a imprensa e setores do judiciário de partidarismo.
A realidade é que o PT não aprendeu e continua errando muito. O partido deveria ter feito uma autocrítica nos últimos anos. Se tivesse falado abertamente sobre os casos de corrupção envolvendo petistas ou sobre o desastre da política econômica do primeiro mandato de Dilma, seria muito mais fácil prometer que nada disso aconteceria de novo.
A dois dias do pleito, com base nas mais diversas pesquisas até aqui publicadas, o Brasil caminha para eleger aquele que representa o avesso ao PT, um tsunami eleitoral que alterou o jogo de forças em Brasília e nos Estados, mudando a ordem das coisas e pondo um fim na chamada ‘velha’ política. O que parece claro, enfim, é que o que está conduzindo a escolha da maioria é um claro e inequívoco sentimento de mudança. Como acentua a sabedoria popular, o que tem de ser, tem muita força.
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