A Paraíba está prestes a registrar uma ocupação de 80% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) destinadas ao tratamento de pacientes com Covid-19 e, caso siga o boletim divulgado, ontem, pelo Comitê Científico do Consórcio Nordeste, terá que aderir ao chamado ‘lockdown’ nos próximos dias. No documento, governadores são recomendados a aderir o lockdown quando “os números de leitos hospitalares tenham superado 80% de ocupação e, ao mesmo tempo, a curva de casos e de óbitos seja ascendente”.
De acordo com o documento, um dos motivos que justifica a adoção desta medida é o crescimento de números de caso no interior do Nordeste. No dia 04 de maio, 874 municípios nordestinos (49%) já tinham casos confirmados de COVID-19, o que corresponde ao dobro de municípios em relação ao dia 24 de abril. “O lockdown é eficaz para reduzir a curva de casos e dar tempo para reorganização do sistema. É sabido que países que o implementaram, conseguiram sair mais rápido do momento mais crítico”, diz o boletim.
Na última segunda-feira (04), o governador João Azevêdo admitiu adotar a medida, caso a população não respeita as medidas restritivas e a recomendação de ficar em casa e só sair dela em casos excepcionais.
Atualmente, Pernambuco, estado vizinho, possui 99% dos seus leitos de UTIs estaduais e 88% de suas enfermarias em utilização.
Lockdown
Segundo o Ministério da Saúde, lockdown é o “nível mais alto de segurança e que pode ser necessário em situação de grave ameaça ao sistema de saúde”. Ele nada mais é do que um agravamento do estado de quarentena, onde todas as entradas, saídas e fronteiras da região que adotou a medida, são restringidas e vigiadas por agentes de segurança. Durante o período, apenas trabalhadores essenciais têm a permissão de entrar ou sair da área isolada.
“Num lockdown todas as entradas do perímetro determinado são bloqueadas por profissionais de segurança e ninguém deve ter permissão de entrar ou sair sem justificativa plausível. Importante considerar, portanto, que a decretação de lockdown deverá ser feita em comum acordo com demais forças políticas e de segurança, sendo necessário, para isso, o envolvimento das forças armadas e polícias estaduais”, diz o Consórcio Nordeste.
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