No momento em que hospitais públicos e privados do país começam a sofrer com superlotação, médicos que atuam em dois dos complexos de saúde considerados referência, em João Pessoa, relatam uma mudança no perfil desses pacientes nas UTIs. Em geral, estão chegando pessoas mais jovens, entre 30 e 50 anos, mais graves e que demandam mais tempo de terapia intensiva.
Em novo apelo por meio de suas redes sociais, o médico pneumologista Alexandre Araruna, disse que a nova variante em circulação na Paraíba é muito mais agressiva e que cada vez mais pessoas jovens têm ocupado os leitos destinados ao tratamento da Covid-19. “Nesses próximos 15 dias, peço a você que fique em casa. Para quem não pode, se sair, use máscara, mantenha o distanciamento das pessoas e higienize as mãos constantemente”, pediu.
O médico disse que, em média, os pacientes mais graves têm ficado de dois a cinco dias a mais na UTI em relação aos pacientes com Covid internados nos primeiros meses da pandemia, o que prejudica o giro de leitos. “Os profissionais de saúde estão cansados, física e psicologicamente, e precisamos aliviar um pouco a situação. Em conjunto, precisamos brigar pela vacinação,” clamou. Clique aqui e veja o vídeo.
No hospital Santa Isabel, uma das referências para os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), novos leitos de UTI estão sendo preparados diante da demanda crescente e que não dá trégua. Segundo informações obtidas pelo Tá na Área, a unidade já tem 1uase 60 pacientes em leitos para tratamento da Covid-19 e outros 20 estão sendo preparados.
No Hospital da Unimed, na Capital, o maior da rede privada, não há quase espeço e a operadora de saúde firmou uma parceria com o Hospital Nossa Senhora de Fátima, para recebimento de pacientes graves, considerando a superlotação da unidade hospitalar.
A pressão exercida pela pandemia nos sistemas público e privado de saúde não pode ser resolvida apenas com o aumento da UTIs. Aliás, o que muita gente não sabe é que existe uma limitação que vai além da parte de equipamentos. A falta de pessoal qualificado inviabiliza a abertura de novas unidades.
Não bastasse o cansaço das equipes de profissionais, todas as unidades estão fazendo uma espécie de recrutamento de profissionais, muitos tendo, inclusive, de serem treinados às vésperas de ingressar numa UTI, o que causando grande preocupação nos gestores.
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