Alegando falta de estrutura nos presídios, a Vara de Execuções Penais de João Pessoa prorrogou nesta quarta-feira (8) o prazo para que os presos civis sejam transferidos dos batalhões da Polícia Militar, entre eles o empresário Roberto Santiago e o ex-prefeito de Cabedelo, Leto Viana, envolvidos na Operação Xeque-Mate. Expedido pelo juiz Carlos Neves, o prazo de mais 10 dias é para que se encontre um ambiente adequado para a instalação dos detentos, já que as penitenciárias não seriam apropriadas.
De acordo com Ronaldo Porfírio, gerente de operações da Secretaria de Administração Penitenciária, a pasta está definindo o local em que os apenados serão abrigados nos próximos dias de forma provisória. Ainda segundo Porfírio, em 90 dias os 25 detentos devem ser encaminhados para outra unidade prisional que está sendo projetada pela Superintendência de Obras do plano de desenvolvimento do Estado.
Lembrando que no último dia 29 de abril, o juiz militar Eslú Eloy Filho determinou que presos civis alojados no 1º e 5º batalhão da Polícia Militar, em João Pessoa, deveriam ser encaminhados para presídios comuns. O prazo determinado pelo juiz acabaria nesta quarta-feira.
Operação Xeque-Mate
A primeira fase da Operação Xeque-Mate aconteceu no dia 3 de abril do ano passado, após a Justiça decretar o afastamento cautelar do cargo de 85 servidores públicos. O prefeito, Leto Viana; o presidente da Câmara Municipal, Lúcio José; e os vereadores Jacqueline Monteiro (esposa de Leto), Tércio Dornelas, Júnior Datele e Antônio do Vale foram presos. Apesar de não ter sido detido, o vice de Leto Viana, Flávio de Oliveira, também foi afastado da gestão.
Em abril, a PF ainda prendeu uma prima de Leto, Leila Viana, que atuava na Secretaria de Finanças do Município; Inaldo Figueiredo, da comissão que analisava imóveis que poderiam ser comprados pela prefeitura; Marcos Antônio Silva dos Santos; Gleuryston Vasconcelos Bezerra Filho; e Adeildo Bezerra Duarte.
A Polícia Federal informou que investigações comprovaram a participação das principais autoridades públicas do município em esquema que teria os ajudado a conquistar patrimônios muito acima do condizente com suas rendas. “Somente na aquisição de imóveis nos últimos cinco anos, verificou-se que um agente político envolvido no esquema movimentou mais de R$ 10 milhões à margem do sistema financeiro oficial”, divulgou a PF.
Também foram detectados funcionários fantasmas da prefeitura e da Câmara Municipal que recebiam salários de até R$ 20 mil e entregavam a maior parte para as autoridades locais, ficando de fato com valores residuais. As investigações ainda constataram doações fraudulentas de imóveis do patrimônio público municipal, bem localizados e de alto valor, para empresários locais sem que houvesse critérios objetivos para a escolha do beneficiado.
Portal Correio
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