No Dia Mundial da Alimentação, comemorado neste sábado (16), a nutróloga e médica do esporte, Clarissa Rios, chama a atenção da população ao dizer que 70% do processo de mudança do estilo de vida, está na alimentação, e faz um alerta para que a população comece a voltar às origens, comendo de forma mais natural, e menos industrializados, ricos em corantes, edulcorantes, conservantes, acidulantes, entre outras substâncias que poluem o metabolismo de substratos não identificados em nosso corpo, gerando processos inflamatórios e finalmente doenças.
Clarissa Rios defende a teoria secular, prescrita por Hipócrates, pai da medicina, que escrevia sobre a alimentação como remédio para prevenir as doenças. “Comer bem significa encher as nossas células de vitaminas, minerais, fibras, gorduras boas, carboidratos com alto valor nutritivo, proteínas saudáveis, entre outros. A base para a formação dos nossos tecidos corporais está disponível nos alimentos, principalmente aqueles vindos da terra e não das prateleiras dos supermercados”, destacou.
A médica lembrou que as condições econômicas responsáveis pelo achatamento do poder de compra dos brasileiros tem tornado por exemplo, a alimentação para as famílias em vulnerabilidade social, um item de luxo, e essa realidade de escassez de alimentos também foi vivenciada pelos ancestrais, que para driblarem a situação foram forçados a praticarem o jejum, motivando o metabolismo a exercer a capacidade de reservar energia, pois não se sabia quando seria feita a próxima alimentação.
Clarissa Rios ainda lembrou que o alimento só tinha a conotação de nutrir o corpo e era venerado devido a sua indiscutível importância. “Era utilizado até mesmo em oferendas aos deuses”, disse.
A nutróloga e médica do esporte ainda destacou que nos tempos modernos, com a finalidade de tornar o alimento mais acessível, as fábricas foram motivadas a criarem formas para manter o alimento comestível por mais tempo.
Outra onda apontada por ela, nada favorável a saúde e qualidade de vida, foi a comercialização de alimentos para consumo rápido, os chamados fast foods que viraram quase indispensáveis para as rotinas corridas. “Esse tipo de alimento costuma ser muito palatável, ou seja, rico em sabores marcantes (gordura e açúcar), o que produz ainda mais consequências desastrosas ao nosso corpo”, advertiu.
“Por essa história metabólica construída em gerações, de um metabolismo guardador de energia, além de hábitos nada assertivos, chegamos ao nosso resultado atual: uma geração de crianças e adultos com sobrepeso/obesidade e uma enxurrada de doenças crônicas em processos de envelhecimento traumáticos. Quanto mais calorias ingerimos, mais reserva energética criamos, mais as nossas células de gordura se preenchem, acionando o mecanismo de multiplicação e, assim, cada vez mais obesos ficamos”, informou.
Dra Clarissa Rios ainda evidenciou que o pior é que o cérebro começa também a se acostumar com essa nova massa corporal e aumenta a sinalização para produção hormonal auxiliar na manutenção da ingestão calórica excessiva. “A bola de neve está forjada! Os hormônios que provocam a sensação de saciedade estão suprimidos, e agora o difícil é parar e restaurar uma sinalização adequada para controlar o ganho de peso”, relatou.
Mas para mudar o cenário, a nutróloga e médica do esporte, recomenda o básico: escolher alimentos saudáveis que sirvam para nutrir a máquina humana, e ainda, praticar exercícios físicos de forma regular, pela vida toda. “O que você está colhendo hoje, sem dúvida, é reflexo das suas escolhas. E se você quer se ver ou sentir diferente, é preciso mudar o que está te trazendo esse resultado indesejado. Mudar hábitos não é fácil, mas é bem possível”, defendeu.
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