Os aposentados Luiz e Maria Laurentino, de 78 e 84 anos, já perderam as contas de quantas vezes reuniram a família para festejar a passagem do dia de São João, comemorado nesta segunda-feira (24). Todos os anos, cerca de 50 pessoas se reúnem para celebrar a chegada de uma das datas mais queridas para os nordestinos. Não foi diferente no domingo (23), quando quase todos se encontraram e preparam juntos a festa junina.
Para eles, o costume que herdaram dos pais não poderia se perder. O casal, que mora no bairro Bodocongó em Campina Grande, fez questão de perpetuar a tradição de comemorar os festejos juninos com as novas gerações. Dos 10 filhos, 19 netos e sete bisnetas, apenas uma filha e dois netos não participam do encontro porque moram no Rio de Janeiro.
Se no “Maior São João do Mundo” a festa começa oficialmente com um show pirotécnico, o arraial da família Laurentino inicia com Luiz acendendo a fogueira todos os anos pontualmente às 19h. Ele contou que começou a comemorar a data ainda quando morava na zona rural, onde os festejos juninos são ainda mais intensos. “O São João é quase o Natal. Nunca deixamos de fazer fogueira e se eles (a família) puxarem a nós vão continuar fazendo”, declarou o idoso concordando com a esposa.
Vitória Lira, de 18 anos, é neta do casal e faz questão de participar de todas as etapas de preparação da festa. “Desde que eu nasci, que tem fogueira no mês de junho aqui na minha avó. A gente reúne a família, cada um traz alguma comida típica e festeja até o dia raiar. Eu acho lindo porque a gente mantém a tradição viva e a família unida”, justificou a estudante.
Tudo é feito com muito cuidado e amor. O grupo espera o ano inteiro pela festa e começa a organizar os detalhes com dias de antecedência. A ornamentação recebe um toque especial dado pelas mãos de Leonardo Laurentino, de 41 anos. Ele é decorador e aproveita a oportunidade para deixar a casa dos pais ainda mais aconchegante.
“Só penso no carinho, amor e na satisfação de unir todo mundo todos os anos”. Ele explicou ainda que o que não pode faltar para deixar a festa mais bonita são as referências dos santos juninos, fitas coloridas, tecidos como chita e na estampa xadrez, claro, as comidas típicas.
Falando em cardápio, festa junina é sinônimo de fartura. O menu da comemoração contou com vários pratos típicos do Nordeste como milho canjica, pamonha, bolos de diferentes sabores, caldos quentes, chocolate quente, café e muitas outras delícias.
Mas os ingredientes mais importantes e que garantem um momento especial todos os anos são a animação de seu Luiz que contagia a todos que estão em sua volta e amor que ele tem por todos os membros da família Isso se comprova pelo que ele considera indispensável na festa “uma dose de cachaça e dançar forró com todas as filhas e netas”.
Discussion about this post