O jornalista Ivandro Oliveira, diretor de Conteúdo do portal Tá na Área, fez uma análise das eleições desse ano na Paraíba. De forma didática, Ivandro destaca a força do governador Ricardo Coutinho (PSB), mais uma vez comprovada nas urnas com a vitória, em primeiro turno, de João Azevedo, realça a surpreendente vitória de Daniella Ribeiro, e registra a renovação promovida pelo eleitor na representação paraibana no Congresso Nacional e na Assembléia Legislativa.
Confira:
Vitória maiúscula e recado das urnas
O resultado que brota das urnas é fruto de uma série de fatores que consolida um modelo administrativo que fez de Ricardo Coutinho (PSB) uma liderança política incontestável no estado. A Paraíba, que há 20 anos não via um governador ser eleito em primeiro turno, testemunhou, ontem, o surgimento da uma nova liderança, que terá a responsabilidade de dar sequência a um governo já aprovado por mais de 70% da população, sem perder de vista que a partir de agora terá de protagonizar a sua própria trajetória na política paraibana.
A vitória de João Azevedo (PSB) é incontestável e os números atestam fidedignamente a força do governador Ricardo Coutinho. Mais que isso, o inventário das urnas renovou e até ampliou o cacife eleitoral do líder socialista, que conseguiu eleger o seu sucessor numa eleição maiúscula, ungir um senador do partido, no caso, Veneziano Vital (PSB) e, de quebra, derrotar o inimigo declarado desde as eleições de 2014, Cássio Cunha Lima (PSDB).
Em avaliação feita aqui mesmo, ainda na fase preambular, alertamos que a disputa seria vencida por quem errasse menos, e isso parece ter sido a tônica do PSB desde que ascendeu ao poder em 2011. À medida em que carreava obras, ações e serviços em cada quadrante do estado, o PSB tratava de fincar a bandeira e as bases do seu ‘projeto’ em todos os os municípios agraciados pela ação administrativa do seu governo, numa perfeita simbiose entre administração e política.
Se de um lado os socialistas pouco ou nada erraram, o percurso oposicionista foi marcado por muitos desencontros e atropelos, a começar pela total falta de unidade, interesses difusos, muitos improvisos e uma divisão em torno de duas candidaturas. Nesse particular, a despeito de tudo, não foi Lucélio Cartaxo (PV), lançado na undécima hora, o maior derrotado nestas eleições, mas o senador José Maranhão, cujo desempenho de tão pífio terminou por abreviar sua longeva carreira na política, embora ainda tenha quatro anos de senado, e praticamente dizimar o seu MDB, ou melhor, o que restou dele.
Mas não se pode ignorar o contexto da vitória socialista a permanência do governador Ricardo Coutinho no Palácio da Redenção e, claro, os méritos do próprio que João Azevedo, que demonstrou apetite para vencer a disputa, transmitiu credibilidade e segurança nos muitos embates com os adversários e uma performance sem sobressaltos. Das urnas de domingo brotou uma nova liderança e não é exagero acentuar que a vitória de Azevedo inaugura algo experimentado em Pernambuco.
Foi uma vitória maiúscula e que os socialistas devem e precisam comemorar, sobretudo o governador Ricardo Coutinho, o maior vencedor de ontem. Além dele, quem tem a comemorar é Daniella Ribeiro (Progressistas), que não apenas trocou uma vaga na Assembleia por uma cadeira no Senado Federal, mas que entrou para a história como a primeira Senadora da Paraíba.
A vitória de Daniella é fruto de um misto de ousadia, determinação e apoio familiar. Ela também soube agrupar em seu entorno nomes como de Diego Tavares, que foi fundamental na Capital. Com vitórias expressivas nos dois maiores colégios eleitorais. Daniella surpreendeu muita gente e contrariou institutos de pesquisas, e sua vitória é a mais perfeita tradução do sentimento de mudança que também chegou na Paraíba.
Com mais da metade da representação do Congresso renovada, considerando os dois novos senadores e seis deputados federais, sem esquecer de que mais de um terço dos deputados estaduais serão novatos a partir de 2019, nunca a palavra renovação ecoou tão forte por essas bandas. É resultado que brota das urnas, decisão soberanamente popular e recado inequivocamente claro do eleitor paraibano.
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