Quem visita o Parque Arruda Câmara costuma fotografar os animais e ler as placas de identificação das espécies, mas nem sempre percebe que algumas estão em risco de extinção, a exemplo do macaco prego galego (Sapajus flavius), uma espécie criticamente em perigo – último grau antes da extinção – tem atualmente a população estimada em mil indivíduos, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Pois bem, o Parque Arruda Câmara, ligado a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam), atualmente com seis macacos pregos galego, espécie que ocorre apenas na região Nordeste, nos estados da Paraíba, Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Três desses animais nasceram no próprio Parque e os outros três, duas fêmeas e um macho, foram entregues pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), após serem apreendidos em poder de traficantes.
Para se ter uma ideia da importância do macaco prego galego do Parque Arruda Câmara, a espécie nativa da Mata Atlântica chegou a ser considerada extinta até ser ‘redescoberta’, em 2006, por pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). No início dos estudos, ela chegou a ser classificada como uma nova espécie, mas depois percebeu-se que se tratava do Cebus flavius – que passou a se chamar Sapajus flaviu em 2012.
Preservação – Como o macaco prego galego se reproduz em cativeiro, a possibilidade da preservação da espécie aumentou consideravelmente. E o trabalho dos zoológicos tem sido fundamental nesse sentido. Os animais nascidos no Parque Arruda Câmara, por exemplo, podem permanecer no local ou serem encaminhados a outros zoológicos, ficando, também, à disposição para projetos de reintrodução.
Para o chefe da Divisão de Zoologia do Parque Arruda Câmara, os animais nascidos em cativeiro têm contribuído para evitar a extinção de algumas espécies. “Os zoológicos têm papel importante no estudo da reprodução de espécies ameaçadas, desde coleta e conservação de material biológico (sêmem) até o estudo de ciclos reprodutivos. Algumas espécies dadas como extintas na natureza, estão sendo devolvidas ao seu hábitat graças à ação de zoológicos”, conta.
Novo habitante – Os animais nascem sempre no mês de outubro. E para não fugir à regra, o Parque Arruda Câmara vai ganhar um novo habitante este mês. Uma das fêmeas está prenhe e o filhote nasce nos próximos dias. “Geralmente nasce um filhote, mas assim como acontece com os humanos, podem nascer gêmeos”, explica Thiago Nery.
Sobre o animal – O macaco prego galego é endêmico na Mata Atlântica brasileira. Animal de hábitos diurnos, vive geralmente em pequenos grupos familiares e se alimenta de frutas, vegetais, insetos e pequenos vertebrados. A gestação dura em média 180 dias (seis meses), nascendo apenas um filhote. Em cativeiro, vive entre 40 e 50 anos.
Funcionamento – O Parque Arruda Câmara fica na Av. Gouvêia Nóbrega, s/n, Baixo Roger e funciona de terça-feira a domingo, das 8h às 12h – a entrada é até as 11h – e das 13h às 17h, com entrada até as 16h. O valor do ingresso é R$ 2. Idosos acima de 65 anos e crianças até sete anos não pagam
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