Quem passa pelo Parque da Lagoa Solon de Lucena em um domingo e o vê cheio de famílias fazendo piqueniques talvez não lembre de um passado próximo. Há cerca de dois anos e meio, frequentar o Parque era um programa que não agradaria a boa parte da população de João Pessoa.
O local apresentava más condições de infraestrutura e não era visto como um espaço de lazer, mas de passagem para quem ia ao Centro pelo comércio. Quando as lojas estavam fechadas, um dos maiores cartões postais da cidade se via deserto, potencializando um problema para quem habita a região: a segurança.
A entrega da reestruturação do Parque, em junho de 2016, renovou a forma como as pessoas lidavam com o local. “Nós queríamos que o Parque voltasse a ser uma área apropriada para receber as pessoas. Essa era a vocação daquele espaço quando foi construído e que havia se perdido ao longo dos anos. Hoje vemos que a população aguardava ansiosa por isso, já que o Parque tem sido cotidianamente ocupado para o lazer e a prática esportiva”, afirmou o prefeito Luciano Cartaxo.
O movimento de pessoas para o Centro nos fins de semana reavivou a sensação de segurança dos moradores. “A população comprou o espaço. Durante o dia tem gente fazendo piquenique, aproveitando a cesta do almoço na sombra das árvores. Passo por lá e me sinto mais seguro”, contou o DJ e jornalista Jô Oliveira, de 40 anos.
Jô morou na área por mais de 20 anos e precisou sair há poucos meses, mas sonha em voltar a morar no Centro. “Amo aquele lugar e quero morar lá para sempre. Mas mesmo morando em outro bairro ainda volto rotineiramente para fazer coisas cotidianas, passear. Segue sendo um costume”, contou.
O professor e empresário Alexandre Rezende, de 54 anos, conta que sempre gostou de utilizar o Parque para caminhadas e corridas. Morador da Avenida Presidente Getúlio Vargas há 11 anos ele diz se sentir um privilegiado por morar perto da Lagoa. “É o nosso Central Park e hoje nós podemos usar, respirar”, afirmou. De acordo com Alexandre, a sensação de segurança dentro da Lagoa melhorou. “Lá temos segurança, vemos pessoas, a Guarda sempre presente. Isso tudo traz essa sensação”.
O secretário municipal da Segurança Urbana, Sargento Dênis, afirma que trabalhos como este se enquadram como segurança preventiva. “Não basta que a população esteja segura, ela precisa se sentir segura para exercer sua liberdade de ir e vir. A Lagoa ganhou isso”, explicou. Ele ainda ressaltou o trabalho feito pela Guarda Municipal de patrulhamento preventivo e ostensivo da área. “A sensação de segurança atrai as pessoas para lá”, afirmou.
Com a reforma, a lagoa tornou um parque e ganhou mais áreas verdes, 12 praças, ciclovia, pista de cooper, pista de skate com padrão internacional, área para esportes radicais, com slackline e parede de escalada. Além disso recebeu um deck harmonizado com o Cassino da Lagoa, 35 mil metros quadrados de passeios pavimentados e ligados às quatro entradas do parque e 14 quiosques divididos em sete baterias, todas com banheiros públicos.
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