A primeira-dama do Estado e presidente de Honra do Programa do Artesanato Paraibano (PAP), Ana Maria Lins, esteve na manhã deste sábado (12) no Sítio Ligeiro de Baixo, no município de Serra Branca, no Cariri paraibano, onde está localizada uma das comunidades quilombolas mais tradicionais da Paraíba. A rica produção artesanal dos quilombos será homenageada na 37ª edição do Salão do Artesanato Paraibano, que será realizada em janeiro, em João Pessoa.
Esta é a primeira de uma série de visitas que Ana Maria Lins, juntamente com auxiliares da gestão estadual, fará às diversas comunidades quilombolas espalhadas pelo Estado. O objetivo é conhecer de perto toda a riqueza artesanal e discutir detalhes da homenagem. Em sua 35ª edição, o Salão do Artesanato homenageou a cultura indígena, um sucesso com mais de R$ 2,5 milhões comercializados.
Na ocasião, a primeira-dama do Estado destacou que a homenagem às comunidades quilombolas representa o projeto de inclusão social do Governo do Estado. “Os quilombolas merecem essa homenagem, tanto por sua rica produção artesanal quanto pela sua história de lutas, de resistência. A gente não tem ideia dos frutos que uma homenagem dessas produz: as encomendas aumentam, o saber deles é ainda mais valorizado”, disse.
“Depois da homenagem feita aos povos indígenas, chega a vez dos quilombolas. Isso é um projeto de inclusão do Governo do Estado que vem dando certo. Os quilombolas possuem uma riqueza cultural muito forte, e tenho certeza de que essa homenagem a eles no 37° Salão do Artesanato, lá em João Pessoa, será um sucesso”, acrescentou Ana Maria Lins.
A secretária de Estado da Mulher e da Diversidade Humana, Lídia Moura, ressaltou que a homenagem do Salão do Salão do Artesanato é uma grande oportunidade de os paraibanos conhecerem parte significativa de sua história. “Com esta homenagem aos quilombolas, o Governo do Estado está dizendo que somos um povo diverso, com sua amplitude. E o Governo quer mostrar essa diversidade, que tem muitas representações de todos nós. Os quilombos são uma cultura de resistência à escravidão, com um valor humanitário inestimável”, comentou, lembrando que a homenagem representa, ainda, geração de renda para as comunidades quilombolas.
Já a gestora do PAP, Marielza Rodriguez, disse que a homenagem aos quilombolas representa a valorização de um saber secular. “O artesanato foi essencial para os quilombos resistirem à escravidão e fazia parte do cotidiano deles. Por quê? Porque os quilombos confeccionam toda sorte de utensílios — como panelas — para essa autossuficiência. Quem visitar o 37° Salão do Artesanato vai conhecer uma vasta produção artesanal, e quero agradecer ao governador João Azevêdo e a nossa presidente de Honra, Ana Maria Lins, por mais esta demonstração de sensibilidade”, acrescentou.
A vice-prefeita de Serra Branca, Alda Dias, que na ocasião representou o prefeito Vicente Fialho, ressaltou que a homenagem à comunidade quilombola Ligeiro de Baixo é mais uma demonstração do Governo do Estado com a região do Cariri como um todo. “Aqui em Serra Branca, a população tem recebido muitos benefícios do Governo do Estado. E agora chega mais essa valorização dessa comunidade, e isso nos deixa muito felizes”, comentou.
A visita da primeira-dama à comunidade quilombola Ligeiro de Baixo, em Serra Branca, foi acompanhada pelo presidente da Câmara Municipal, Kléber Ribeiro, e pelo secretário de Cultura de Picuí, Carlos Anchieta. A curadora do Programa do Artesanato Paraibano, Janete Rodriguez, assim como outros auxiliares da gestão estadual, também estiveram presentes.
Símbolo de resistência — De acordo com a Secretaria de Estado da Mulher e Diversidade Humana, a Paraíba tem atualmente 46 comunidades remanescentes de quilombolas com certificação — e três em processo, espalhadas por cerca de 25 municípios, entre os quais Santa Luzia, no Sertão paraibano, e Serra Branca, no Cariri.
Com uma história secular, os remanescentes de quilombolas são detentores de uma produção artesanal mais rica e diversidade — com tipologias que vão da cerâmica, com as tradicionais panelas de barro, ao macramê.
A quilombola Maria José Rodrigues Pereira — a “Maria das Panelas” —, aos 63 anos, se diz muito feliz por ser uma das homenageadas. “Não acreditei, de tanta felicidade, quando soube que vou ser homenageada. Fico muito grata ao Governo que lembrou da gente”, comentou a artesã que, mesmo em meio às diversidades, conseguiu formar dois dos quatro filhos sem esquecer que a cultura que aprendeu com os avós precisa ser preservada, tanto que as netas Clarice e Caroline, 8 e 9 anos, respectivamente, já estão aprendendo o ofício.
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