O principal complexo de oncologia da Paraíba pode estar atravessando mais uma crise financeira, das inúmeras outras que já teve, e os indicativos apontam para velhos problemas e há muito identificados pelos mais diferentes órgãos e instituições públicas. Não é de hoje que o Hospital Napoleão Laureano enfrenta problemas financeiros, basta voltar um pouco n tempo e recobrar a malfadada ‘lista da morte’, em 2005, mas agora médicos oncologistas e até outros profissionais que trabalham na unidade de saúde reclamam que não recem seus salários há oito meses.
A denúncia foi feita pelo jornalista Clilson Júnior, nesta terça-feira (16), durante o programa Arapuan Verdade, da Arapuan FM.
Em 2005, o Hospital Laureano chegou a publicizar que uma fila de morte teria sido gerada em virtude de problemas financeiros da unidade, que alegava na época não ter recursos para arcar com os custos de tratamento para centenas de pacientes. Em 2019, quando indícios de problemas financeiros ameaçaram a continuidade dos atendimentos outra vez, o Ministério Público da Paraíba (MPPB) abriu uma frente de trabalho e identificou anomalias contábeis e financeiras.
Na época, lembra o ClickPB, os gestores da Fundação alegaram que havia uma dívida com empréstimos no valor de mais de R$ 29,8 milhões. Na investigação, ficou comprovada que a dívida era de R$ 45,7 milhões.
Em fevereiro de 2021, uma comissão de auditoria formada por integrantes do Conselho Regional de Contabilidade (CRC), Conselho Regional de Administração (CRA) e Conselho Regional de Medicina (CRM) identificou irregularidades na gestão do hospital e na gerência de recursos financeiros.
Em setembro de 2022, o coordenador do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público da Paraíba, promotor Octávio Paulo Neto, criticou a falta de transparência na gestão das contas do Hospital Napoleão Laureano.
“Estamos diante de uma caixa preta que precisa ser revelada à sociedade. Existem denúncias diárias agravadas pelo desabastecimento de medicamentos e insumos que provoca a interrupção dos serviços de saúde naquele hospital. Por outro lado, sabemos que volumosas quantias de emendas parlamentares, doações e parcerias financeiras são feitas aos milhões sem nenhum controle ou transparência. A sociedade precisa saber o que acontece naquela fundação e só dando transparência aos que se recebe e como se gasta, poderemos sanar todas as dúvidas desta gestão” disse Octávio Paulo Neto, como publicado pelo ClickPB.
Também em setembro, promotores e procuradores do Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Estado da Paraíba (MPPB) e o Ministério Público de Contas da Paraíba (MPC-PB) expediram uma recomendação conjunta visando dar mais transparência na gestão da Fundação Napoleão Laureano.
O hospital, que é gerido pela Fundação Laureano, é seguramente, na Paraíba, o que mais recebe recursos públicos por meio de emendas parlamentares, seja por vereadores, deputados estaduais e federais, além de senadores, isso sem falar na destinação mensal para o custeio do tratamento dos pacientes via fundos municipais e estadual de saúde.
Discussion about this post