A garantia de mercado, o fornecimento de sementes certificadas e a orientação técnica continuada da Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer), têm despertado o interesse de agricultores familiares em cultivar algodão agroecológico dentro do Projeto Algodão Paraíba, que tem se destacado internacionalmente.
A informação é do diretor de Extensão Rural da Empaer, Jefferson Morais, que estima para a safra agrícola de 2019 um percentual de aumento de 385% de área plantada de algodão orgânico e colheita em torno de 211 toneladas, em relação à safra do ano passado, que registrou uma produção de 51 toneladas em 100 hectares plantados, beneficiando igual número de famílias agricultoras. “Neste ano, 213 agricultores aderiram ao Algodão Paraíba, ou seja, houve um aumento em quase 200%, com perspectiva de expansão nos próximos anos”, disse, acrescentando que “o projeto está dando novo impulso à retomada da cultura do algodão no estado, agora de forma sustentável, o que garante mais benefícios econômicos, sociais e ambientais às famílias agricultoras”.
Ele disse que, diferentemente do ocorreu nos anos anteriores, a partir de agora o agricultor terá toda a sua área de produção certificada, podendo fazer os seus plantios consorciados com outras culturas, segundo os princípios agroecológicos do Algodão Paraíba.
Experiência exitosa – A metodologia do Algodão Paraíba foi apresentada e se tornou referência no Mercosul, por meio do projeto de cooperação Sul-Sul Trilateral Brasil/FAO/países membros, para o desenvolvimento do setor algodoeiro e da segurança familiar desses países.
Durante o Seminário Internacional promovido pela FAO, em Assunção, no Paraguai, o Algodão Paraíba foi apresentado para dezenas de representantes do Brasil, da Argentina, da Colômbia, da Bolívia, do Paraguai, do Peru, do Equador, do Haiti, de Benin e dos Estados Unidos. Entre os participantes, estavam presentes representantes de cooperativas de produtores, do comércio varejista, de organizações da sociedade civil, representantes de governos, de empresas públicas e de agências internacionais.
Para o presidente da Empaer, vinculada à Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Agropecuária e Pesca (Sedap), Nivaldo Magalhães, o Algodão Paraíba é uma ação de grande importância, uma vez que, “além de cooperar com a agricultura de outros países, tem projetado internacionalmente a qualidade da Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) praticada na Paraíba”, enfatizou.
O Projeto – Criado pelo Governo do Estado, por meio da extinta Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-PB), o Projeto Algodão Paraíba tem por objetivo o protagonismo do agricultor familiar na cadeia produtiva do algodão orgânico, melhorando os índices de produção baixando os custos, como também a interação de outras cadeias produtivas da bovinocultura de leite e de carne. Outra vantagem é plantar o algodão consorciado com outras culturas como milho, gergelim, sorgo e feijão, garantindo assim segurança alimentar, aumento na renda familiar e reserva de alimentos para os rebanhos em épocas de estiagens.
Desde a sua implantação em 2015, o Projeto Algodão Paraíba conta com parceria da Embrapa Algodão, da Norfil S/A Indústria Têxtil e da Cooperativa de Produção Têxtil Afins do Algodão (Coopnatural). Atualmente, os quatro polos de produção, integrantes das regiões do Médio Sertão, do Curimataú, da Borborema e do Agreste, contemplam 60 municípios, beneficiando 213 famílias agricultoras.
Secom-Pb
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