Passados cinco meses após o início da pandemia e todas as suas consequências para a economia, o setor moveleiro – um dos mais impactados pelas restrições e isolamento social -começa a ver um horizonte de oportunidades, algumas delas surgidas também devido às mudanças impostas pela Covid-19.
Pesquisa da consultoria Boa Vista SCPC, de junho deste ano, mostra os principais desafios dos empreendedores do varejo e da indústria moveleira. Uma delas se refere às vendas online, que passaram a ter um papel crucial para as empresas. No total, 83% das empresas consultadas afirmam que estão utilizando ferramentas digitais para incremento nas vendas.
Desde o advento da crise, 45% das empresas procuraram se adaptar à nova realidade e 69% afirmam que as ações tomadas serão permanentes no futuro. Entre elas: vendas online, utilização do delivery, reforço das apresentações dos projetos de forma virtual e adoção do home office para redução de custos.
É o caso, por exemplo, do empresário João Paulo Ferreira, diretor da Real Marcenaria, empresa que faz parte da Amap/PB – Associação dos Fabricantes de Móveis e Artefatos de Madeira da Paraíba. Ele conta que, desde o início da pandemia, a empresa reuniu os funcionários para explicar sobre as novas dinâmicas do trabalho e os planos para manutenção dos empregos.
“Entre a segunda quinzena de março e primeira quinzena de abril houve uma parada nos projetos. Tivemos uma queda nesse período na casa de 60%. A partir do mês de maio, começamos a ver uma volta ao consumo, com as pessoas mais acostumadas com a nova realidade. Durante todo período fomos impulsionados, ainda mais, a utilizar as plataformas digitais para apresentação de projetos junto aos clientes e muitos negócios foram gerados por meio dessas plataformas. Acredito que conseguiremos compensar parte das perdas que tivemos nestes meses de baixa”, explica.
Com a reabertura gradativa do comércio, o setor começa a experimentar uma demanda por projetos de móveis planejados, especialmente para quem precisa adaptar a casa e o trabalho aos novos padrões de funcionamento.
“A exigência de ficar em casa e de trabalhar remotamente mudou o comportamento de consumo. Surgiram demandas por pequenas reformas, começando pela troca do mobiliário e itens de decoração. Isso tem refletido positivamente para nossa indústria. Estamos preparados para atender aos clientes nessa onda de consumo que está chegando”, confirma Reginaldo Galvão, presidente da Associação dos Fabricantes de Móveis e Artefatos de Madeira da Paraíba (Amap/PB).
Quatro aprendizados do setor moveleiro gerados pela crise
• A importância de ter estruturas mais enxutas e versáteis, capazes de adaptar-se rapidamente a todo tipo de mudança e cenário.
• Não há mais espaço para amadorismo no âmbito administrativo das empresas. Quem não levar a sério e buscar conduzir com eficiência seu empreendimento, estará fadado ao insucesso.
• A necessidade de ter um bom time, coeso, comprometido, além do monitoramento de novas plataformas de trabalho.
• É indispensável a empresa ter presença digital. De acordo com a Ebit, a pandemia acelerou o processo de digitalização. Enquanto as grandes indústrias e redes varejistas já usufruíam de plataformas online, pequenos lojistas correm contra o tempo para implantarem mudanças em sua estrutura de vendas.
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