O empresário Fabian Santos e a tia da adolescente encontrada em um motel no dia 7 deste mês voltaram a ser presos, em Manaus. As prisões ocorreram após determinação da Justiça do Amazonas. Os dois estavam sob monitoramento de tornozeleira eletrônica até então.
A Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) foi até a casa de Fabian para cumprir o mandado de prisão, mas ele não estava no local. O empresário se encaminhou à Depca e a defesa dele disse que só se pronunciará em juízo.
A tia da adolescente foi presa em uma casa no bairro São Francisco, Zona Sul de Manaus.
Os dois tiveram prisão temporária decretada e ficarão encarcerados por 30 dias. A titular da Depca, delegada Joyce Coelho, disse que o processo segue em segredo de Justiça.
Entenda o caso
A Justiça do Amazonas decretou nesta quinta-feira (16) a prisão temporária do empresário. Ele havia sido liberado em audiência de custódia para responder pelo crime em liberdade, sob monitoramento por meio de tornozeleira eletrônica.
Segundo a polícia, a menina fazia programa agenciada pela própria tia. Ela também teve a prisão temporária decretada.
O mandado foi expedido pela juíza titular da Vara Especializada em Crimes contra a Dignidade Sexual de Crianças e Adolescentes, da Comarca de Manaus, Patrícia Chacon de Oliveira Loureio.
As prisões dos suspeitos foram decretadas por um período de 30 dias, podendo ser prorrogada por igual período.
O caso já estava sendo investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) quando uma denúncia anônima informou o local para onde os suspeitos levariam a garota. Equipes da unidade especializada foram até o motel indicato e flagraram o crime.
Segundo a polícia, a tia da menina costumava entrar no motel no banco de passageiro, para que a sobrinha não fosse vista e pudesse levantar suspeitas de funcionários dos estabelecimentos. Ela se mantinha escondida no banheiro durante o programa.
O homem pagava entre R$ 500 e R$ 1 mil para a tia da jovem. Os abusos começaram neste ano.
O Grupo Rede Amazônica teve acesso às imagens do momento da prisão e ao depoimento da vítima. Em um dos trechos, a jovem relata que recebia ameaças de morte da tia, que usava a figura do empresário para lhe intimidar.
“Se ela suspeitasse e fosse presa, ela tinha coragem de me matar e que o [empresário] tinha muito dinheiro e podia me matar (…) Ela disse que o [empresário] era muito calculista. Ela disse que tinha coragem, porque ela não ia para cadeia por causa de mim”, contou.
A vítima relatou ainda o que ocorreu no dia em que o abuso foi descoberto pela polícia e o que sentiu no momento da prisão.
“Quando a gente chegou lá, ela [tia] ficou dentro do quarto e, depois que ele [empresário] começou a fazer o negócio comigo, ela entrou para o banheiro. Aí depois que ele parou, tudo aconteceu. Parece que era a Mulher Maravilha entrando para me salvar”, comentou.
A delegada Joyce Coelho disse que a vítima cedia por estar em uma posição inferior.
“Como ela dependia economicamente e até emocionalmente, ela acabava cedendo contra a sua vontade”, disse.
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