Familiares da ex-presidente da Federação Paraibana de Futebol, Rosilene Gomes, que mandou e desmandou no esporte paraibano por uma imensidão de anos, estão no olho do furacão da Operação Feira de Mangaio, deflagrada na manhã desta quarta-feira (23), pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (GAECO), juntamente com a CGU, o TCE e a Secretaria da Fazenda (Sefaz). A ação teve o objetivo de cumprir 8 mandados de busca e apreensão determinados pela Justiça.
Duas empresas ligadas a familiares da ex-presidente da Federação Paraibana de Futebol (FPF), Rosilene Gomes: a Meta Comércio e Serviços Eireli e a HML Comercial LTDA (O Rei dos Esportes) estão entre os alvos.
De acordo com a investigação, a primeira teria como proprietário Douglas Bernardo Azevêdo, que já teria sido anteriormente funcionário da empresa O Rei dos Esportes. Douglas Bernardo Azevedo, dono da empresa Meta Comércio e Serviços EIRELI, investigada na Operação Feira de Mangaio por suspeita de fraudes em licitações de várias cidades da Paraíba, foi candidato a vereador em 2016 na cidade de Cabedelo, e na época, conseguiu o total de 359 votos, ficando na suplência da Câmara Municipal de Cabedelo.
Douglas Bernardo já trabalhou como frentista do posto de combustíveis localizado em Intermares, Cabedelo, em 2007 e 2008, e como auxiliar administrativo de pessoal na loja Rei dos Esportes entre os anos de 2009 e 2010.
Esses vínculos empregatícios foram registrados antes da abertura da empresa Meta, que tem capital social de R$ 800 mil. Dados do TCE apontam que ela foi criada em 2018 e até dezembro de 2020 teria recebido pagamentos de R$ 4,8 milhões de entes públicos estaduais, federais e municipais.
Os fatos chamaram atenção dos órgãos que deflagraram a Operação Feira de Mangaio. Somente em12 de março de 2018 foi aberta a empresa Meta Comércio e Serviços EIRELI, que é considerada como uma ‘multiempresa’ que, embora tenha sua atividade principal de “intermediação e agenciamento de serviços e negócios em geral”, engloba mais de 90 atividades secundárias que vai desde “Coleta de resíduos perigosos” a “Obras de urbanização”, passando também por “Desenvolvimento e licenciamento de programas de computador customizáveis” e “Aluguel de máquinas e equipamentos agrícolas sem operador”, como exemplos.
Na Eleição de 2016, Douglas declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Douglas que trabalhava como representante comercial. Neste pleito ele teve o total de R$4.140 recebidos, que teriam sido doados pelo próprio candidato.
E mais:
De acordo com o Gaeco, há indícios de que a Meta também seria representada por Douglas de Araújo Gomes, que vem a ser filho de Rosilene Gomes. Já a empresa HML Comercial LTDA (O Rei dos Esportes) tem entre os sócios Gisele Araújo Gomes, que é nora da ex-presidente da FPF.
Outras empresas também aparecem no relato dos investigadores, enviado á Justiça. No total, conforme a investigação, as empresas do grupo teriam recebido mais de R$ 21 milhões de prefeituras paraibanas, entre os anos de 2003 e 2020; e R$ 10,6 milhões do Governo estadual no mesmo período.
O Tá na Área deixa o espaço para que os familiares ou a ex-presidente da FPF, Rosilene Gomes, bem como os representantes das empresas citadas possam apresentar suas justificativas.
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