O ex-prefeito de Cabedelo, Leto Viana, e o empresário Roberto Santiago, foram transferidos na manhã deste sábado (18) para o Presídio de Segurança Média Sílvio Porto, no bairro de Mangabeira, na Zona Sul de João Pessoa.
Santiago estava preso no 1º Batalhão de Polícia Militar, no bairro do Varadouro, desde o dia 22 de março, enquanto o ex-prefeito de Cabedelo se encontrava no 5º Batalhão, no bairro Valentina Figueiredo, desde abril de 2018. Ambos estão envolvidos na Operação Xeque-Mate, que investiga corrupção na gestão de Cabedelo.
Os dois estão na lista de presos atingidos pela Portaria nº 02/2019, assinada pelo juiz da Justiça Militar do Tribunal de Justiça da Paraíba, Eslú Eloy Filho. Ao menos 25 presos civis segregados no 1º e 5º Batalhões da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros devem ser transferidos para presídios comuns da Capital.
O prazo para que a transferência ocorresse era de dez dias, mas chegou a ser prorrogado e foi encerrado neste sábado (18).
O Portal Correio tentou contato com ao gerente de operações da Secretaria de Administração Penitenciária da Paraíba, Ronaldo Porfírio, para saber mais detalhes sobre a transferência, mas ele estava com o telefone desligado.
Operação Xeque-Mate
A primeira fase da Operação Xeque-Mate aconteceu no dia 3 de abril do ano passado, após a Justiça decretar o afastamento cautelar do cargo de 85 servidores públicos. O prefeito, Leto Viana; o presidente da Câmara Municipal, Lúcio José; e os vereadores Jacqueline Monteiro (esposa de Leto), Tércio Dornelas, Júnior Datele e Antônio do Vale foram presos. Apesar de não ter sido detido, o vice de Leto Viana, Flávio de Oliveira, também foi afastado da gestão.
Em abril, a PF ainda prendeu uma prima de Leto, Leila Viana, que atuava na Secretaria de Finanças do Município; Inaldo Figueiredo, da comissão que analisava imóveis que poderiam ser comprados pela prefeitura; Marcos Antônio Silva dos Santos; Gleuryston Vasconcelos Bezerra Filho; e Adeildo Bezerra Duarte.
A Polícia Federal informou que investigações comprovaram a participação das principais autoridades públicas do município em esquema que teria os ajudado a conquistar patrimônios muito acima do condizente com suas rendas. “Somente na aquisição de imóveis nos últimos cinco anos, verificou-se que um agente político envolvido no esquema movimentou mais de R$ 10 milhões à margem do sistema financeiro oficial”, divulgou a PF.
Também foram detectados funcionários fantasmas da prefeitura e da Câmara Municipal que recebiam salários de até R$ 20 mil e entregavam a maior parte para as autoridades locais, ficando de fato com valores residuais. As investigações ainda constataram doações fraudulentas de imóveis do patrimônio público municipal, bem localizados e de alto valor, para empresários locais sem que houvesse critérios objetivos para a escolha do beneficiado.
Portal Correio
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