O procurador chefe do Ministério Público Federal na Paraíba, Marcos Queiroga, afirmou, na manhã desta terça-feira (30), que os investigados na Operação Recidiva, que hoje entrou na terceira fase, fazem do crime meio de vida por acreditar na impunidade. O trabalho apura uma organização criminosa responsável por fraudar licitações públicas em diversos municípios da Paraíba, desviando recursos públicos em favor próprio e de terceiros.
Os crimes apurados pela operação são de corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa, fraude a licitação, entre outros. “Em muita situação, o crime continua sendo um meio de vida para muitas pessoas. Mesmo pegas, ela continuam fazendo a mesma prática criminosa porque é isso que ela sabe fazer. Outro fator é acreditar na impunidade. O Brasil possui um sistema que tem suas brechas e situação que garante a impunidade”, destacou Queiroga.
O prosseguimento das investigações ocorreu na manhã desta terça-feira (30) pela Polícia Federal (PF) em conjunto com o Ministério Público Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU).
Em entrevista coletiva, o delegado André Guedes Beltrão, da PF, afirmou que a empresa que vencia a licitação para a execução de obra repassava o serviço para uma empresa terceirizada que, na maioria das vezes, não executa o serviço de maneira satisfatória, deixando a obra sem execução completa e prejuízo para o erário.
Além disso, o delegado contou que o dinheiro percorria um longo caminho após sair das prefeituras e que em cada conta em que ele passava o beneficiado ficava com uma parte da quantia.
“Com conivência de servidores e engenheiros responsáveis pela medição esse dinheiro é pago para a empresa que ganhou (a licitação). A empresa que ganhou no mesmo dia (que recebe) fica com um percentual e (repassa) no dia seguinte. Por exemplo, (a empresa) recebeu R$ 100 mil e saca R$ 95 mil no mesmo dia ou às vezes faz na mesma hora uma transferência para a conta de uma empresa como foi o caso. Daqui a pouco ele recebe outra parte (do valor) dessa obra e transfere mais ‘tanto’ para essa empresa, que já vai para conta de outra pessoa até chegar ao beneficiário final e nessa rede cada um vai ficando com um pouquinho (do dinheiro)”, disse o delegado.
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