O paraibano, Antônio Neto Ais, proprietário da Braiscompany, já é tido como foragido da justiça, após insucesso da Polícia Federal (PF) no mandado de prisão expedido nesta quinta-feira (16). Além dele, outro mandado de prisão seria contra a esposa, Fabrícia Ais, e um gerente da empresa
A Braiscompany é alvo da Operação Halving, que tem como objetivo combater crimes contra o sistema financeiro e contra o mercado de capitais, em tese cometidos por sócios da empresa Braiscompany, que é especializada em criptoativos. Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão nos municípios de João Pessoa, Campina Grande e São Paulo, dois mandados de prisão temporária, sequestro de bens e a determinação da suspensão parcial das atividades da empresa.
Conforme a PF, nos últimos quatro anos foram movimentados valores equivalentes a aproximadamente R$ 1,5 bilhão de reais em criptoativos, em contas vinculadas aos suspeitos, os empresários Antônio Neto Ais e Fabrícia Ais.
Os crimes investigados são os previstos nos artigos 7º e 16 da Lei número 7492/86, cujas penas somadas passam dos 12 anos de reclusão e multa.
O nome da operação é uma alusão ao aumento da dificuldade de mineração do bitcoin, que ocorre a cada quatro anos, período semelhante a ascensão e derrocada do esquema investigado.
Sobre o caso – Até 2018, Antônio Neto Ais e a sua mulher, Fabrícia Campos, empreendiam no ramo do marketing multinível, no qual empresas como i9Life, Hinode e Mary Kay repassam aos revendedores de seus produtos uma parte dos lucros obtidos. As coisas não pareciam ir muito bem para o casal na Paraíba. Segundo o Portal da Transparência, Fabrícia era beneficiária do Bolsa Família. De junho de 2014 a setembro de 2019, ela recebeu mais de 15 mil reais pelo programa social para famílias de baixa renda, numa situação que não lembra nem de longe a vida de luxo que os fundadores da Braiscompany ostentam atualmente.
A empresa fundada pelo casal em 2019 oferece ao investidor a compra de criptomoedas que serão alugadas, por no mínimo um ano, para a financeira operar no mercado. Por meio desse trade, a Braiscompany promete devolver mensalmente um rendimento de 8% a 10% para seus clientes. Para o doutor em contabilidade Felipe Pontes, que acompanha as operações da empresa desde o início, o negócio é “nebuloso”.
Foi em meio à neblina que a Braiscompany montou sete escritórios, um deles na região da Faria Lima, centro financeiro de São Paulo. A empresa possui cerca de 10 mil investidores e chegou a promover e patrocinar grandes eventos, com presença de famosos, com os ex-jogadores de futebol Ronaldinho Gaúcho e Falcão, e até servidores da Polícia Federal. Tudo ia muito bem até novembro do ano passado, quando a financeira parou de repassar os ganhos aos seus clientes.
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