A Polícia Civil informou, na tarde desta quarta-feira (12), que apura a possibilidade da arma usada pelo atirador, durante o ataque com seis mortes na Catedral de Campinas (SP) na terça-feira (11), ser de colecionador. A pistola 9 milímetros tinha numeração raspada e a investigação vai pedir ajuda da Polícia Federal e do Exército para identificar a origem.
O autor efetuou pelo menos 22 tiros e ainda tinha um revólver calibre 38 com ele, que, segundo a polícia, seria uma “reserva” caso a pistola travasse. Ele não foi usado. De acordo com os investigadores, pelas imagens do circuito de segurança da igreja, o atirador parecia ter experiência com armas pela forma que mexia com a pistola.
A investigação, que ficará sob responsabilidade do 1º Distrito Policial, com apoio do Setor de Homicídios de Campinas, vai começar a convocar oficialmente testemunhas e sobreviventes para prestar depoimentos. Euler Fernando Grandolpho invadiu a igreja durante a missa, abriu fogo, matou cinco pessoas e em seguida se suicidou. Outras três pessoas ficaram feridas
Até agora, a polícia não trabalha com a possibilidade da arma ser de uso do Exército por conta da alta perfuração que ela provoca em um ambiente urbano. Além disso, a investigação não acredita que outra pessoa esteja envolvida no crime.
Segundo o delegado do 1º Distrito Policial, Hamilton Caviola Filho, uma arma igual a que foi usada por Euler, ao atingir uma pessoa, poderia perfurar até quem está atrás. Por isso, de acordo com ele, ela foi eliminada do acervo do Exército Brasileiro.
“O que eu acredito no momento é que essa arma seja de algum colecionador ou algum atirador esportivo. Portanto, já pedimos ajuda para o Exército Brasileiro e também para a Polícia Federal, que possuem um banco de informações sobre essas armas, para descobrir se nos últimos dois ou três anos, uma arma com essas características foi subtraída”, afirmou Caviola.
Perfil depressivo
A Polícia Civil agora quer saber qual foi o trajeto feito pelo atirador de casa, onde almoçou, até a igreja. De acordo com o delegado José Henrique Ventura, os investigadores descobriram que o atirador fazia uma espécie de diário onde anotava placas de carros e outras informações sobre supostas perseguições a ele.
“Ele tinha um perfil de se sentir perseguido. Chegou a registrar boletins de ocorrência e segundo consta, até em função desse perfil, que poderia vir de uma depressão, ele fez uma consulta no CAPS que é um centro de apoio psicossocial para tratar disso”, afirmou o delegado do Deinter-2.Os familiares confirmaram que o atirador chegou a fazer tratamento para depressão e temiam que ele cometesse suicídio. O pai disse aos policiais desconhecer o fato de o filho ter armas. O atirador estava com duas armas, ambas com numerações raspadas, alvo das investigações nesta quarta-feira.
“A família hora nenhuma desconfiou que ele poderia ter alguma arma, ele nunca falou em arma, nunca foi visto com arma, as vezes quando estava depressivo tinha conversas estranhas, o que fazia com que eles temessem que pudesse cometer um suicidio, mas não essa tragédia”, explicou o delegado Ventura.
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