Apenas uma pessoa procurou a Polícia Civil da Paraíba para registrar Boletim de Ocorrência (BO) sobre supostos ataques com uso de agulhas no Parque do Povo, em Campina Grande. Até a manhã desta quarta-feira (13), o Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, naquela cidade, havia atendido 29 pessoas que relataram ter sofrido as lesões desde sábado, segundo dia de comemorações juninas. Segundo o delegado da 10ª Seccional, com sede em Campina Grande, Henry Fábio Ribeiro, as vítimas das supostas agulhadas precisam registrar o fato, em virtude deste crime, se comprovado, ser inicialmente tipificado como lesão corporal de natureza leve.
Neste caso, de acordo com a legislação penal, a investigação depende de uma queixa formalizada pela vítima, já que lesão corporal é um crime, cuja ação é de natureza pública condicionada à representação. “Ou seja, a vítima precisa fazer a denúncia para que a Polícia Civil adote as providências legais”, afirma Henry Fábio. Ainda segundo ele, o único BO feito na delegacia sobre o assunto foi registrado na sexta-feira (8). A queixa foi de uma mulher que afirmou ter sido furada por uma agulha no Parque do Povo. Assim que recebeu a queixa, o delegado instaurou inquérito para apurar o fato e determinou diligências.
“Já no dia seguinte (sábado, dia 9) solicitamos informações de outras pessoas que teriam sido atendidas no Hospital de Trauma de Campina Grande, que afirmaram ter sido vítimas de agulhadas. A unidade hospitalar respondeu que até a segunda-feira havia atendido seis pacientes. Com a divulgação dessas informações, o número de pessoas que se dizem vítimas cresceu de forma geométrica, mas não houve mais registros na delegacia”, destacou o delegado.
“Estamos solicitando laudos do hospital e buscando as demais pessoas para esclarecer o caso. Orientamos que essas pessoas procurem a delegacia para auxiliar nas investigações. Precisamos saber, por exemplo, qual local da ocorrência, se foi no Parque do Povo ou não, qual horário, saber se o caso se tratou de uma agulha mesmo e, caso positivo, saber se a vítima tem condições de identificar autores das agulhadas”, acrescentou Henry Fábio.
Detenção de uma mulher – Uma mulher foi detida na noite dessa terça-feira (12) portando tesoura e material semelhante a seringas, no Parque do Povo. Ela teve os objetos apreendidos, foi ouvida e liberada em seguida. “O que ela portava, na verdade, não eram seringas e sim cateteres, usados para coletar sangue. Eram três cateteres e um deles estava com a embalagem violada. Tudo foi encaminhado para a perícia no Instituto de Polícia Científica. Ela disse que trabalha colocando piercing, como não existia nenhuma tipificação legal contra, foi ouvida e liberada, mas as investigações continuam”, afirmou o delegado Henry Fábio.
Qualquer informação sobre o caso pode ser passada para a Polícia Civil pelo número 197. A ligação é gratuita e o informante não precisa se identificar. O sigilo é garantido.
Registros no Trauma de Campina Grande – De acordo com a assessoria de imprensa do Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, em Campina Grande, 29 pessoas já foram atendidas no local e relataram terem sido vítimas de agulhadas durante os festejos juninos. Deste total, foram 19 homens e dez mulheres.
Ainda segundo o setor de imprensa, 28 dos supostos casos teriam ocorrido no Parque do Povo, no Centro de Campina Grande, entre sábado (9) e terça-feira (12). Já outra pessoa afirmou ter sido atacada no dia 3 de junho, enquanto se divertia numa festa ocorrida em outra região da cidade.
Todos os pacientes foram submetidos a exames médicos e receberam um coquetel com medicamentos para prevenção de doenças infectocontagiosas.
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