Um motorista da Uber foi preso na manhã desta quinta-feira (14), na Zona Oeste do Rio, por suspeita de estupro. A polícia afirma que o condutor, de 34 anos, agrediu sexualmente uma passageira de 15 anos que ia para a escola, em Bangu, ao fim de uma corrida pedida pelos pais da jovem.
A Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV) descobriu ainda que o homem se cadastrou na plataforma e rodava no aplicativo com nome e documentos falsos.
“Pedimos o cadastro na empresa. A foto é dele, mas os dados são de outra pessoa. Tínhamos um rosto, mas não sabíamos quem era”, disse o delegado Adílson Palacio, titular da especializada.
“Nosso núcleo de Inteligência fez um levantamento e conseguiu identificar quem era o dono daquele rosto. Ele, então, reconheceu que era ele mesmo”, detalhou o delegado. Palacio acrescentou que o suspeito tem uma filha de 15 anos.
Segundo a polícia, os pais da jovem pediram um Uber, e o suspeito aceitou. A jovem embarcou sozinha. O motorista fez parte do trajeto e encerrou a corrida no aplicativo, mas trancou o carro, impedindo que a jovem saísse. Na sequência, a arrastou para um matagal, onde a estuprou.
A investigação da DCAV continua. “De outubro para cá ele fez mais de mil corridas. Queremos saber se ele fez mais vítimas no período”, diz o delegado.
“Quantos motoristas de Uber estão nessa situação? Vamos intimar a direção da empresa para saber quais protocolos de segurança estão sendo adotados. E saber quem são essas pessoas. Não se sabe mais com quem está pegando carona”, afirmou Palacio.
O que diz a Uber
Em nota, a Uber diz lamentar “o crime terrível que foi cometido” e garante estar à disposição para colaborar com as investigações.
“A empresa repudia qualquer tipo de comportamento abusivo contra mulheres e acredita na importância de combater, coibir e denunciar casos de assédio e violência”, afirma.
“Como parte do processo de cadastramento para utilizar o aplicativo da Uber, todos os motoristas passam por uma checagem de antecedentes criminais realizada por empresa especializada que, a partir dos documentos fornecidos pelo próprio motorista e com consentimento deste, consulta informações de diversos bancos de dados oficiais e públicos de todo o país em busca de apontamentos criminais, na forma da lei”, emenda a Uber.
A plataforma não esclareceu, no entanto, o episódio da fraude no cadastro. Disse apenas que utiliza “uma ferramenta de verificação de identidade em tempo real”.
“De tempos em tempos, o aplicativo pede, aleatoriamente, para que os motoristas parceiros tirem uma selfie antes de aceitar uma viagem ou de ficar on-line, para ajudar a verificar se a pessoa que está usando o aplicativo corresponde àquela da conta que temos no arquivo”, detalhou.
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