O presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), Adriano Galdino, demonstrou preocupação e defendeu a revisão do Conselho Federativo previsto na proposta da Reforma Tributária, aprovada nessa quinta-feira (06), na Câmara dos Deputados. A criação desse órgão tem sido um dos pontos mais polêmicos do projeto, pois é através dele que será decidido como será a divisão de parte dos impostos entre Estados e municípios.
O Conselho Federativo será responsável por centralizar a arrecadação do futuro Imposto sobre Valor Agregado (IVA) estadual e municipal, que vai substituir o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Imposto sobre Serviços (ISS).
O órgão será formado por 27 representantes de cada um dos Estados e do Distrito Federal (DF), sendo que 14 terão voto com peso igual pelos municípios e 13 terão voto ponderado pelo número de habitantes, também pelos municípios. Tais regras vão oferecer maior poder dado a estados das regiões Sul e Sudeste.
“É muito importante que a Reforma Tributária tenha sido aprovada. Mas, de última hora se criou esse Conselho Federativo, que é quem vai administrar recursos referente a ISS e ICMS. Da forma como foi colocado vai dar o comando aos estados mais populosos, ou seja os estados das regiões Sul e Sudeste. É uma preocupação nossa, pois essas regiões já são beneficiadas com recursos federais e agora vão tomar conta do Conselho, ser majoritário. Quem vai dar as cartas são esses estados que têm a população maior. Isso é preocupante”, ressaltou Adriano.
O presidente Adriano Galdino destacou a importância de rever as decisões para que o Conselho possa dar uma autonomia coerente e a região nordestina não ter prejuízos.
“Precisamos rever essa situação em nível de Senado, como também de lei complementar, para que a gente possa ter justiça orçamentária no Brasil, beneficiando principalmente as regiões que precisam de mais recursos, porque o Sul e o Sudeste sempre tiveram muitos benefícios. Tá na hora do Governo Federal olhar para o Nordeste, olhar para o Norte e o momento era na Reforma Tributária. Infelizmente, priorizaram novamente o Sul e o Suldeste”, disse o parlamentar.
Adriano acrescentou que já conversou com o governador João Azevêdo, que também manifestou preocupação quanto ao tema e deve se mobilizar para buscar reverter o Conselho Federativo.
A mudança evita que Sul e Sudeste sejam derrotados nas decisões por estados de Norte e Nordeste, que teriam mais facilidade em formar maioria simples (eles são 16 das 27 unidades da federação).
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