O deputado federal Julian Lemos (PSL-PB) tem demonstrado preocupação com as relações dentro do partido. Eleito na mesma legenda que consagrou o presidente Jair Bolsonaro nas urnas, o paraibano diz estar vendo com perplexidade a desarmonia na base aliada. No centro do problema estariam as “saias justas” impostas aos aliados de primeira hora. Nesta quarta-feira (13), o site O Antagonista reverberou a informação de um suposto rompimento entre Julian e Bolsonaro. Ele nega. Foi a data, também, em que foram elevadas as pressões para a demissão do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebiano.
Sobre o estremecimento de Bolsonaro com os principais aliados, Lemos não nega que haja. Ele assegura, no entanto, que não há rompimento com ele. Mesmo assim, questionado pelo blog, disse que o presidente precisa ter uma “DR” (discussão da relação) com os aliados. Em uma rede social, ao comentar a publicação de O Antagonista, ele escreveu: “Não procede!!! Não serei massa de manobra de ninguém, não rompi com Jair Bolsonaro, ainda que alguns idiotas torçam por isso, terão que procurar outro motivo para se alegrar. Brasil acima de tudo e Deus acima de tudo e Deus acima de todos!”
O clima de estremecimento entre o clã Bolsonaro e os aliados da época da campanha tem como fato atual a situação de Bebiano. Ele tem sofrido pressões do núcleo duro do governo para pedir demissão do cargo. O gestor, no entanto, alega perseguição. Enquanto presidente nacional do PSL, no ano passado, coube ao hoje ministro a liberação de verbas de campanha da ordem de R$ 400 mil para uma candidata de Pernambuco. A postulante é apontada em matéria da Folha de São Paulo como candidata laranja. Ela recebeu a terceira maior doação de campanha do PSL no país, dois dias antes da eleição, e conquistou pouco mais de 200 votos.
Em vídeo, o filho de Jair Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ), procurou afastar o pai do problema. Ele disse que Bebiano tinha mentido ao se referir, em entrevistas na imprensa, que estava seguro no cargo e que, no dia anterior, teria falado três vezes com o presidente. Ele também vazou um áudio no qual o pai mandava recado para o ministro, dizendo que não falaria com ninguém. A situação fez com que outras lideranças do partido saíssem na defesa de Bebiano.
O próprio Julian Lemos, no ano passado, foi alvo da “metralhadora-giratória” de Carlos Bolsonaro. Em pronunciamentos nas redes sociais, ele fez críticas ao deputado, desdenhando da importância de Lemos no staff bolsonarista. No site O Antagonista, a justificativa alegada para o estremecimento da relação de Julian Lemos com Bolsonaro seria uma suposta atuação do paraibano em vários ministérios para forçar a indicação de cargos. Todas as alegações são negadas por Lemos.
Por Blog Suetoni Souto Maior
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