Atendendo a um pedido do presidente eleito Jair Bolsonaro, a bancada evangélica indicou uma lista com três nomes para o cargo de ministro da Cidadania, pasta que vai reunir as áreas sociais do governo e comandar o programa Bolsa-Família. Foram entregues os nomes dos deputados Gilberto Nascimento (PSC-SP), Marco Feliciano (Podemos-SP) e Ronaldo Nogueira (PTB-SP). Lideranças da bancada evangélica afirmam que uma indicação do senador Magno Malta (PR-ES) seria compreendida como “mérito próprio” e não indicação do grupo, mas ressaltam não ter resistência a ele e compreender que ele assuma alguma função na gestão.
De acordo com um dos deputados do grupo que esteve com o presidente nesta terça-feira, Bolsonaro destacou a intenção de fazer a composição das pastas e as negociações por meio de bancadas temáticas e nesse momento abriu a possibilidade de os evangélicos indicarem um nome. O presidente sugeriu que as indicações poderiam ser para outras áreas que não a pasta da Cidadania, mas a bancada respondeu que essa era a área com a qual mais se identificava.
Chamou a atenção na lista a indicação de Nogueira, que foi ministro do Trabalho na gestão de Michel Temer. Feliciano tem proximidade com Bolsonaro, mas demorou a embarcar na candidatura tendo apoiado inicialmente Alvaro Dias para a Presidência. Nascimento, por sua vez, é um deputado do baixo clero que está em seu segundo mandato.
Primeiro Escalão
Bolsonaro não se comprometeu a seguir a lista recebida, porém, a bancada entende que o pedido de indicação seja um sinal de que o presidente eleito vai levar os nomes em consideração. Parlamentares preferiram indicar outros nomes a Magno Malta por entender que ele já será contemplado em outro cargo e assim teriam dois representantes do segmento no primeiro escalão.
A bancada evangélica já conseguiu uma vitória na formação do governo na semana passada ao barrar o nome de Mozart Ramos, diretor do Instituto Ayrton Senna, para a Educação. O grupo resistiu por não ver apoio dele a pautas que lhes são cara, como o Escola sem Partido e o veto a qualquer conteúdo de identidade de gênero em currículos escolares. Acabou sendo escolhido para a área o filósofo colombiano Ricardo Vélez Rodriguez, que já se posicionou favorável a esses dois temas.
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