O jornalista Ivandro Oliveira, em breve análise acerca do pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro, feito na noite de ontem, verificou que o mandatário do país resolveu reposicionar seu discurso sem abrir mão de argumentos até então expressados. Para o diretor de conteúdo do Tá na Área, Bolsonaro desfez as más impressões da fala que fez ao país anteriormente e encarou a oportunidade com tom mais sereno e conclamando o país a salvar vidas sem deixar para trás os empregos.
Bolsonaro, goste ou não, fez o seu melhor pronunciamento desde a eclosão da pandemia no país e assumiu pela primeira vez o figurino de líder da nação ao capitalizar para si as ações do governo. Definitivamente, enfim, assumiu o governo que chefia em meio a maior crise sanitária vivida pelo mundo nos últimos cem anos.
Não à toa, o chefe do Executivo ainda afirmou que a obrigação dele “vai além dos próximos meses”. “Minha obrigação como presidente vai para alem dos próximos meses: preparar o Brasil para a sua retomada e reorganizar a economia”, falou.
O presidente, destaca Ivandro, apresentou um tom mais moderado que no seu último discurso em rede nacional, quando chamou a pandemia de “resfriadinho” e “gripezinha”. Ele tinha pregado, na época, o fim do que chamou de “confinamento em massa”.
Agora, ele chamou a atual crise de “maior desafio” dessa geração. “O Brasil avançou muito nesses 15 meses, mas agora estamos diante do maior desafio da nossa geração”, afirmou.
Sem perder de vista o aspecto econômico, que tanto passava a impressão que Bolsonaro não estava nem aí para a vida das pessoas, o presidente parece ter ouvido o iluminado conselho do General Villas Bôas, ex-comandante do Estado Maior, que recomendou o caminho do meio ao presidente, isso após elogiá-lo no twitter. De fato, ao ressaltar que “temos que ter cautela com os idosos, mas por outro lado temos que combater o desemprego”, e acrescentar “vamos cumprir essa missão ao mesmo tempo em que cuidamos da saúde das pessoas”, Bolsonaro resolveu sair dos extremos, campo até aqui explorado por adversários e ele mesmo.
Para Ivandro, Bolsonaro acerta e se persistir por esse caminho deixará falando só até quem torcia o nariz para ele, porque, como bem acentuou, o vírus “veio, mas um dia ele irá embora”. É justamente aí que o caminho do meio encontra, na opinião do jornalista, a chave para compor interesses e preocupações de ordem sanitária e econômica, o que fará muita diferença ao final de todo esse processo.
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