O juiz federal Marcelo Bretas , responsável pela Lava-Jato no Rio, determinou a quebra do sigilo bancário dos ex-senadores Romero Jucá (MDB-RR) e Edison Lobão (MDB-MA), além de 27 pessoas e empresas ligadas aos ex-parlamentares. A lista com as quebras de sigilo inclui dois filhos e um irmão de Jucá e dois filhos, um neto e um sobrinho de Lobão. O período para a derrubada do segredo de contas de depósito, poupança, investimento e outras transações financeiras é de dez anos, entre 1º de janeiro de 2009 e 6 de agosto de 2019. O juiz atendeu a um pedido do Ministério Público Federal (MPF) no Rio.
Jucá é o presidente nacional do MDB. Foi ministro do Planejamento no governo de Michel Temer e líder do governo no Senado. Em outubro, foi punido nas urnas e não se reelegeu. Lobão foi ministro de Minas e Energia nos governos de Lula e Dilma Rousseff e também não conseguiu um novo mandato de senador; foi apenas o quarto mais votado no Maranhão.
Ex-caciques da política nacional, e hoje esvaziados, sem poder de decisão e cargos, Jucá e Lobão passaram a ser alvos de diversos inquéritos da Lava-Jato. Os dois são suspeitos de recebimento de propina em grandes obras de infraestrutura, como a usina nuclear Angra 3, no Rio, e a usina hidrelétrica Belo Monte, no Pará. Até agora, os dois vêm conseguindo escapar de medidas mais drásticas da Justiça, como uma prisão temporária ou preventiva.
Sem mandato, os ex-senadores perderam o foro privilegiado, que garantia que seus processos tramitassem junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em abril, o ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no STF, mandou para as mãos de Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal no Rio, o inquérito que investiga Jucá e Lobão por suposto recebimento de propina a partir das obras de Angra 3. Isto ocorreu em razão da perda do foro privilegiado. Na Justiça no Rio, o inquérito tramita sob sigilo.
Com O Globo
Discussion about this post