Com atraso por causa da pandemia, depois de vaivém por falta de verba e, por fim, com muita resistência de moradores em receberem os recenseadores, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE) divulgou nessa quarta-feira (28) os primeiros dados do Censo 2022. E se os números trazem algumas preocupações para o Brasil, país com 203 milhões de habitantes, isso de uma forma mais global, o que explicaremos mais adiante por meio do presente escrito, para João Pessoa, a nossa capital, os dados trazem a certeza de que a cidade desponta como ‘porto seguro’ para quem quer morar, criar sua família e até investir.
O Brasil tem mais pessoas trabalhando do que crianças e aposentados, mas, a julgar pelos números revelados pelo Censo, no futuro vai se tornar um país com uma força de trabalho menor e com mais idosos, e é justamente aí que reside o grande desafio do país, que vem desperdiçando seu potencial nas últimas décadas, sobretudo em relação ao bônus demográfico. O que a gente chama de bônus demográfico, período em que está situado o meio da pirâmide etária, em que as pessoas em idade produtiva alcançam o seu máximo potencial de trabalho.
Na contramão dos chamados tigres asiáticos, o Brasil ainda claudica em seus históricos problemas, a começar pela ainda baixa efetividade das políticas de desenvolvimento, que tem como alicerce a educação. Dessa forma, se passarmos a ser um país envelhecido antes de dar aquele salto nação de renda média ou renda alta, dificilmente o Brasil conseguirá alcançar o mesmo patamar dos asiáticos, cuja receita foi investir fortemente na educação, inclusive na profissionalização do ensino, e aproveitar todo contigente populacional no mercado de trabalho, com formalização dos vínculos empregatícios, isto é, sem subempregos, e bem remunerados, coisas que o nosso país, infelismente, ainda patina.
Mas é sobre a nossa capital que queremos nos debruçar mais amiúde. Cidade mais habitada da Paraíba, a 7ª com mais habitantes no Nordeste e a 20ª do Brasil, João Pessoa cresceu, porque soube aproveitar todo o seu potencial. O número de habitantes em João Pessoa chegou a 833.932 e o aumento populacional, em comparação com o Censo de 2010, foi de 15,26%.
E se os dados do Censo contradizem estimativas maiores de crescimento populacional, as informações relativas à João Pessoa revelam que a Capital paraibana foi um dos pontos fora da curva, muito provavelmente fruto da migração de pessoas e famílias de outros estados e localidades que aqui chegaram para visitar e depois resolveram fixar moradia, considerando questões como qualidade de vida, oportunidade de negócios, etc.
A fotografia desses primeiros números atestam que João Pessoa cresceu e que pode avançar ainda mais, caso faça o dever de casa e isso parece estar sendo feito a partir de um conjunto de iniciativas que o município começa a desenvolver. Como se sabe, o modelo educacional adotado pelas escolas públicas de João Pessoa está passando por uma ampla transformação, com inclusão da tecnologia no ensino e aprendizagem, adequando as escolas à era digital e usando as novas ferramentas para educação como estratégia de valorização e desenvolvimento da área, inclusive do ponto de vista profissionalizante.
São R$ 170 milhões em investimentos até aqui divulgados pelo prefeito Cícero Lucena (PP) e os números falam por si, vejamos: 13 mil chromebooks para uso dos educadores e estudantes, em casa e na escola, 40 mil tablets com internet entregues aos alunos, reforma e modernização de 49 escolas, todas reequipadas com desktops, Chromebooks e Salas Google, isso sem esquecer da recém lançada iniciativa Code – Codificar para Desenvolver, que integrará o ensino de programação de computadores nas escolas do ensino fundamental do município de João Pessoa, para que seus estudantes possam aumentar sua competência digital como cidadãos e sejam preparados para novas demandas tecnológicas da sociedade e do mercado de trabalho.
A rede de parcerias montada com as nossas principais instituições de ensino superior é outro diferencial desse trabalho que começa a chamar atenção em João Pessoa e que, coincidência ou não, foi muito parecido do adotado pelos países asiáticos.
O fato é que os os investimentos em educação são sempre colhidos em médio e longo prazos, sobretudo. Todavia, como dissemos acima, é preciso fazer o dever de casa a partir de agora, porque os indicadores do Censo não apenas abrem uma janela, mas escancaram portas de oportunidades para que a antiga Aldeia das Neves possa deslanchar em seu desensolvimento econômico e sustentável.
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