A reforma de um ginásio poliesportivo no distrito de Mata Redonda, em Alhandra, está sendo objeto de uma investigação que pode resultar em mais um escândalo na cidade do litoral sul paraibano. Um inquérito policial investiga o possível superfaturamento nas obras do equipamento, que custou quase R$ 2 milhões aos cofres públicos de Alhandra, e uma perícia está marcada pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco-PB) para o próximo dia 10 de outubro.
Os investigadores querem constatar in loco a situação do equipamento, se as obras foram ou não concluídas como estabelecido no projeto executivo de engenharia e, caso não tenham sido finalizadas, por qual razão a Prefeitura Municipal de Alhandra pagou pelos serviços.
A investigação aberta a partir da denúncia do vereador João Ferreira da Silva Filho (UB), conhecido como João Sufoco, tomou por base a Tomada de Preços de número 00001/2022 sobre a contratação de obras de engenharia para reforma e ampliação do Ginásio de Esportes do Distrito de Mata Redonda no município de Alhandra, sob alegação de que a construtora ganhadora do processo, GRA Construções, pertencia na época da licitação ao então Secretário de Obras do município, Luiz Silva de Andrade. Ou seja, o responsável legal pela obra era o mesmo que contratava e executava os serviços.
O parlamentar também apontou os inúmeros aditivos na obra, o que representou num aumento significativo no valor final pago pela Prefeitura de Alhandra, comandada pelo prefeito Marcelo Rodrigues (MDB), e a condição atual do equipamento. Segundo a denúncia que agora é objeto das investigações da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco-PB), o ginário nunca atendeu a sua finalidade, porque as obras não foram concluídas, prejudicando os jovens e população de Mata Redonda.
Em setembro do ano passado, o vereador solicitou ao TCE-PB que analisasse os constantes aditivos realizados no certame que fora contratado por R$ 1.417.601,61 (um milhão quatrocentos e dezessete mil seiscentos e um reais e sessenta e um centavos. Ao analisar as denúncias o TCE-PB expediu ofício ao prefeito Marcelo Rodrigues pedindo que sejam apresentadas providências urgentes, pois o caso configura potencial conflito de interesses entre o secretário e a empresa responsável pela execução dos serviços.
Histórico de escândalos
A cidade de Alhandra tem um histórico de escândalos recentes, inclusive com a Prefeitura, comandada por Marcelo Rodrigues, sendo alvo operações contra corrupção. Este ano, equipes do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, e da Delegacia de Combate à Corrupção, da Polícia Civil, desencadearam operação que mirou um esquema de fraudes na locação de veículos pelo administração municipal da cidade. Um dos alvos foi o prefeito de Alhandra, Marcelo Rodrigues (MDB).
Conforme o Gaeco, a ‘Operação Rastreio’ apurou a prática de fraudes em licitações, desvios de dinheiro público, corrupção e lavagem de dinheiro, em torno de contratos e pagamentos feitos pelas atuais gestões a empresas supostamente contratadas para serviços de locação de veículos, que não estariam sendo efetivamente prestados.
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