Não importa o resultado, domingo é dia de jogo disputado entre as maiores torcidas do país. Não estou falando de Vasco X Flamengo ou lgtvPalmeiras x Corínthians. Mas dos times que vão disputar se a atual presidente Dilma Rousseff deixa ou não o cargo de presidente da República.
Todos os ingredientes de um grande clássico estão presentes. Em primeiro lugar o campo onde vai ser disputado esse jogo: o Plenário da Câmara dos Deputados. De um lado o time dos que vão lutar para ver o impeachment aprovado. Do outro lado, os que vão fazer de tudo para barrar esse processo.
No time dos que apoiam o impeachment da presidente, temos como cartola o vice-presidente, Michel Temer, que pode se tornar presidente; e de outro lado a atual titular da função, Dilma Rousseff, lutando para não cair. Cada um com seu técnico: Lula conduzindo as negociações para conseguir votos suficientes para barrar o impedimento; e de outro, o presidente da Câmara com a prerrogativa de conduzir os ritos da votação até este domingo.
Tem também o juiz. Neste caso, vários juízes, representados pelos magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF). Com a diferença de que já começaram a apitar esse jogo há bastante tempo. Muitos querendo aparecer mais do que os próprios jogadores em campo, com as tradicionais interferências do judiciário no legislativo.
Em campo os deputados pró e favor do impeachment, que já discursam desde sexta-feira da tribuna da Casa suas defesas e traçam nos bastidores, as suas jogadas de ataque. Tem entre os jogadores, os que já definiram camisa, mas existem também uma cota de paramentares que ainda não escolheram pra que time vão jogar. Uma estratégia de valorizar o passe ou medir a força das torcidas nas ruas.
Para acompanhar tudo isso um batalhão de jornalistas credenciados e analistas prontos para narrar os acontecimentos dentro de campo e principalmente fora dele. Pois política se joga muito fora das quatro linhas. Neste grupo, o Poder em Rede está presente, acompanhando todos os fatos.
Nem mesmo a torcida ficou de fora. Graças a uma estratégia estranha traçada pelo governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, o gramado em frente ao Congresso Nacional foi transformado em arquibancada, onde torcidas ficarão separadas por um muro de contenção. Só esperamos que nas imediações do estádio…digo, Esplanada dos Ministérios, as torcidas possam manter a linha e evitar confrontos físicos.
Afinal é a festa da democracia. Estarão assegurados ampla cobertura, transparência e liberdade para que torcedores de ambas as tendências possam acompanhar o jogo e se expressarem.
Somente um adendo importante quanto ao resultado. Não esquecendo os 7 a 1 que o Brasil levou da Alemanha na última copa, pode até ser que o placar se repita, com muitos mais votos pró-impeachment do que contra. Mas o time que quer manter o poder, pode perder por muitos votos, desde que assegure 171 pontos dos 513 disponíveis no placar.
Nessa estratégia vale até não colocar em campo todos os jogadores e pôr de plantão o departamento médico, para dar atestados de ausência para aqueles que não querem se comprometer com o jogo ou o resultado.
É esperar para ver. Neste ponto o futebol e a política se encontraram e dessa forma, desejo que após este grande clássico, um passe a ser tão próximo da vida das pessoas quanto o outro.
Por Alexandre Bandeira
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